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Dólar chega a cair a R$ 3,24 com expectativa de estímulo monetário após Brexit

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RIO – A expectativa de que o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) levará a uma nova onda de estímulos monetários no mundo e a percepção de que o Banco Central brasileiro não baixará os juros tão cedo empurra o dólar comercial para abaixo dos R$ 3,30 pela primeira vez em mais de 11 meses nesta quarta-feira. A divisa americana cai 1,63%, cotada a R$ 3,252 para venda. Na mínima, chegou a valer R$ 3,249. No mercado acionário, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) sobe 1,97%, aos 50.966 pontos.

Essa é a segunda queda seguida do dólar, que recuou ontem 2,62%, acompanhando a tendência global e reagindo à fala do novo presidente do Banco Central (BC) se comprometendo a trazer a inflação para o centro da meta em 2017. Depois de a onda de pessimismo com o Brexit ter levado as Bolsas do mundo todo a perderem de US$ 3,64 trilhões em dois pregões, ontem e hoje os mercados operam em correção de preços.

Em escala global, o dólar cai 0,52% contra uma cesta de dez moedas. Mas o dólar cai frente às 31 principais divisas do mundo, sobretudo moedas de países emergentes. As que mais se valorizam são o peso colombiano (2,08%) e o rand sul-africano (1,97%). O real é a terceira que mais se fortalece hoje. O índice de moedas emergentes do MSCI sobe 0,7%.

As Bolsas europeias operam em forte alta. O índice de referência das ações do continente, o Euro Stoxx 50, avança 2,36%, enquanto a Bolsa de Londres sobe 2,17%. A Bolsa de Paris valoriza-se em 2,35%, e a de Frankfurt, 1,55%. Em Wall Street, o Dow Jones sobe 0,95%, enquanto o S&P 500 registra valorização de 0,93%. A Nasdaq sobe 1,29%.

À ESPERA DO SUPORTE

Depois do pessimismo com o Brexit, os investidores passaram a apostar cada vez mais na postergação da alta de juros dos EUA. Como juros mais altos restringem o crédito e, logo, a economia, o Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) seguraria as taxas no patamar atual para estimular a atividade nesse momento de incerteza. Também nessa direção, o governo da Coreia do Sul anunciou planos de ampliação dos gastos. Ontem, o Banco da Inglaterra já havia injetou 3,1 bilhões de libras no sistema bancário do Reino Unido, enquanto o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse a líderes da UE que os BCs em todo o mundo deveriam alinhar suas políticas monetárias para ajudar a impedir “contágios desestabilizadores” entre economias que crescem a diferentes ritmos.

Por aqui, por sua vez, o discurso de ontem do novo presidente do BC, Ilan Goldfajn — que disse que fará o que for preciso para trazer a inflação ao centro da meta de 4,5% no ano que vem —, fez com que os economistas passassem a esperar que o corte da taxa básica de juros, a Selic, ficará apenas para o ano que vem.


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