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Bovespa opera em queda de 1,7% e dólar fecha em R$ 3,96

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RIO – Após uma segunda-feira de otimismo generalizado dos investidores, com forte alta das ações e queda de quase 2% do dólar, o mercado brasileiro opera em clima de correção de preços nesta terça. O movimento é potencializado pela desvalorização do petróleo após ministro iraniano chamar de “ridículo” acordo internacional para congelamento da produção da commodity. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recua 1,74%, aos 42.480 pontos, enquanto o dólar comercial subiu 0,30% contra o real, cotado a R$ 3,963 para venda.

Ontem, a Bovespa avançou 4,07% acompanhando o salto das commodities. Com isso, as ações de Petrobras e Vale foram destaque, disparando 16% e 11%, respectivamente.

— O mercado está em baixa porque os investidores estão realizando um pouco de lucro após a forte alta de ontem. Está acompanhando o comportamento das Bolsas externas — disse Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença.

Após o salto da véspera, as commodities passaram a cair, reforçando a tendência de realização de lucros nos mercados globais. O barril de petróleo do tipo Brent cai 4%, para US$ 33,31, depois de o ministro iraniano responsável pelo setor, Bijan Namdar Zanganeh, ter classificado de “ridículo” o acordo entre Arábia Saudita e Rússia para o congelamento da produção.

Para piorar, o governo da Arábia Saudita afirmou que não vai cortar a produção de petróleo por não acreditar que outros países apoiem a medida. O reino insiste que aqueles produtores onde o custo é maior devem suportar o fardo de reduzir o atual excesso de estoque. Segundo o ministro saudita do petróleo, Ali Al-Naimi, o país não está “bancando os cortes porque há menos confiança”. Ele sustenta que o mercado vai voltar ao equilíbrio porque os produtores onde os custos são altos terão de “reduzir os custos, tomar empréstimos ou liquidar” para lidar com a derrocada dos preços.

— Nas duas últimas semanas, o mercado local está muito à mercê dos movimentos lá de fora, sobretudo por causa do petróleo. Ora é a especulação de que vai haver redução da produção, ora é a interpretação de que o Irã está ignorando isso. Isso vem conduzindo o desempenho do mercado — afirmou Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.

No mercado de juros, os contratos futuros avançam, reagindo à alta da prévia da inflação oficial. Puxado por alimentos, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 1,42% em fevereiro, acelerando frente a janeiro, quando ficou em 0,92%. É a maior taxa mensal do IPCA-15 desde fevereiro de 2003, quando chegou a 2,19%. Já o resultado acumulado em doze meses ficou em 10,84%, o maior desde novembro de 2003. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 sobe 7,5 pontos-base, para 14,25% ao ano, enquanto o com prazo em 2021 avança 19 pontos, a 15,69%.

BOLSAS GLOBAIS EM QUEDA

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, na China, recuou 0,95%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,79%.

Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,37%; Hong Kong caiu 0,25%; Seul teve desvalorização de 0,11%; Taiwan registrou alta de 0,10%; Cingapura valorizou-se 0,43%; e Sidney recuou 0,43%.

Na Europa, o índice de referência do continente, o Euro Stoxx 50, recua 0.52%, enquanto a Bolsa de Londres cai 0.62%. Em Paris, a desvalorização é de 0,46%, e em Frankfurt, de 0,83%.

Em Wall Street, o índice Dow Jones cai 0,92%, enquanto o S&P 500 recua 0,94%. O Nasdaq opera em baixa de 0,93$.

Entre as ações brasileiras, a Petrobras ON — que disparou 16% na véspera — cai 3,50% (R$ 7,15), enquanto o papel PN tem baixa de 3,39% (R$ 4,87). A Vale ON cai 5,32% (R$ 12,44), e a PN, 4,04% (R$ 9,02).

Entre os bancos, o Banco do Brasil ON tem baixa de 0,66% (R$ 13,52), e o Bradesco PN perde 1,14% (R$ 20,68). O Itaú Unibanco cai 1,62% (R$ 24,84).


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