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Bolsa segue exterior e termina pregão com queda de 1,86%

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SÃO PAULO – A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanhou o mercado externo e operou em queda por praticamente todo o pregão, refletindo a expectativa de nova alta de juros nos Estados Unidos. O Ibovespa recuou 1,86%, aos 50.830 pontos. Já o dólar comercial chegou à máxima de R$ 3,529, mas perdeu força e fechou em queda de 0,34% ante o real, cotado a R$ 3,490 na compra e a R$ 3,492 na venda.

A razão para a piora dos mercados globais veio dos Estados Unidos. A inflação americana subiu 0,4% em abril ante março, acima do esperado e impulsionada pelos preços dos combustíveis. Já a produção industrial apresentou a primeira alta em três meses. Tudo isso fez crescer a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o bc americano) irá fazer uma nova elevação dos juros do país antes do esperado.

— O mercado hoje repercutiu os dados da inflação e da produção industrial nos Estados Unidos. O Fed pode ter que subir os juros antes do esperado. Mesmo que não imediatamente, ainda esse ano. Isso fez o dólar acelerar a alta e a Bolsa cair — afirmou Paulo Eduardo Nogueira Gomes, economista-chefe da Azimut Brasil.

No exterior, o DAX, de Frankfurt, registrou queda de 0,63% e o CAC 40, da Bolsa de Paris, teve desvalorização de 0,34%. A exceção foi o FTSE 100, de Londres, que registrou alta de 0,27%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones caiu 1,02% e o S&P 500 recuou 0,94%.

PETROBRAS E BANCOS PRESSIONAM IBOVESPA

Em meio a esse movimento de venda, foram os papéis da Petrobras e do setor bancário, de maior peso na composição do Ibovespa, que mais contribuíram para a queda do índice. As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal registraram recuo de 2,56%, cotados a R$ 9,50, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) tiveram desvalorização de 1,11%, a R$ 12,40.

Os bancos também tiveram desempenho negativo. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco recuam, respectivamente, 2,13% e 3,24%. No caso do Banco do Brasil, o tombo foi de 4,82%.

— A Bolsa chegou até os 54 mil pontos com a expectativa de impeachment. Agora, o que se espera para um novo movimento de alta é o anúncio de medidas econômicas, para se ter uma perspectiva de melhora da economia — disse Ari Santos, gerente de renda variável da H.Commcor.

DÓLAR PERDE FORÇA

Os investidores iniciaram os negócios já sabendo os nomes da nova equipe econômica anunciada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, antes da abertura dos mercados. O nome do economista Illan Goldfajn, do Itaú Unibanco, foi confirmado para a presidência do Banco Central, como esperado – ele só irá assumir o cargo após ser aprovado pelo Senado Federal.

Pela manhã, a moeda operou pressionada, com a queda do preço do petróleo e as preocupações em relação à alta de juros nos Estados Unidos. No entanto, com a recuperação do preço das commodities, o dólar passou a perder força. O barril do tipo Brent era negociado, por volta das 17h, a US$ 47,34 o barril, alta de 0,76%.

No exterior, o “dollar index”, calculado pela Bloomberg, tinha leve queda de 0,07% próximo ao horário de encerramento dos negócios no Brasil. A moeda americana ganha força em relação às divisas de alguns países emergentes, mas perde em relação a moedas fortes, como a libra esterlina.

Ontem, a moeda americana fechou em queda de 0,56%, a R$ 3,504. O câmbio local acompanhou a tendência de desvalorização do dólar em escala global, sobretudo contra moedas emergentes.


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