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Bolsa abre em queda; negócios com ações da Oi estão suspensos

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RIO e SÃO PAULO — O principal índice do mercado de ações brasileiro, Ibovespa, abriu em queda nesta terça-feira e às 10h43m recuava 0,77% aos 49.941 pontos. Em comunicado, a BM&FBovespa informou que as negociações com as ações da operadora de telefonia Oi, que ontem entrou com o maior pedido de recuperação judicial da história do país, estarão suspensas até às 11h. Após este horário, os negócios serão retomados.

Ainda de acordo com a Bolsa, às 16h será feito call de fechamento para definir o preço de saída das ações da Oi dos seis índices dos quais o papel faz parte, já que empresas em recuperação judicial não podem integrar esses índices. As ações da Oi não integram o Ibovespa. Ontem, as ações ordinárias (com direito a voto) da Oi fecharam em queda de 5,97% a R$ 1,20, enquanto os papéis preferenciais (sem direito a voto) perderam 10% e encerraram negociados a R$ 0,99.

— Os papéis da Oi já vinham sendo castigados pelo mercado, já que a empresa não chegava a um acordo com seus credores — diz Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença. No ano, as ações PN apresentam desvalorização de 49%, enquanto as ações ordinárias recuam 56%.

As maiores altas do pregão são apresentadas pór empresas de telefonia, concorrentes da Oi: o maior ganho é dos papéis ordinários da TIM, com alta de 2,05% a R$ 6,85, seguida pelos papéis preferenciais da Telefonica Brasil, que sobem 0,75% a R$ 41,53.

As ações da Kroton e da Estácio, empresas de ensino superior, também estão em alta no pregão. A Kroton divulgou em fato relevante que melhorou a oferta para troca de ações entre ambas, numa possível fusão. A oferta subiu de 0,977 para 1,25 ação da Kroton para cada papel da Estácio. Os papéis ON da Krotojn sobem 2,89% a R$ 13,52, enquanto as ações ordinárias da Estácio avançam 1,81% a R$ 15,75.

Na segunda, a Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,61%, aos 50.329 pontos. O mercado local seguiu o clima de alívio dos mercados externos com a aumento da probabilidade de permanência do Reino Unido na União Europeia.

O dólar comercial abriu em queda de 0,85% nesta terça-feira, e pouco depois das 10h, a divisa mantina tendência de desvalorização frente ao real e valia R$ 3,37, com recuo de 0,79%.

“Os investidores mantêm o otimismo com a possível permanência do Reino Unido na UE”, escreveu em relatório Ricardo Gomes, da corre Correparti.

Pesquisas recentes apontam um quadro misto: o Daily Telegraph coloca a “permanência” sete pontos à frente, enquanto o The Times coloca a “saída” dois pontos na dianteira. Segundo dados compilados pela Bloomberg, 44% estariam a favor da saída, 42% a favor da permanência e 13% ainda indecisos. A votação acontece nesta quinta.

Mesmo assim, o clime é positivo nos mercados. Nesta terça, as moedas de países emergentes ganham do dólar, o que aponta para mais um dia de recuperação. Gomes lembra que no cenário interno, o acordo com o governo para que os estados só iniciem o pagamento de suas dívidas em 2017 deve causar efeito positivo.

“Tal fato é encarado como uma vitória por parte do governo de Temer e criam um clima otimista para que os governadores deem seu apoio, mais à frente, para a aprovação da PEC que cria um “teto” de gastos para a União”, diz Gomes em seu relatório.

Ontem, a moeda americana fechou em queda de 0,61%, cotada a R$ 3,40 para venda, menor nível em mais de duas semanas. Na mínima, chegou a R$ 3,375.


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