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BC ainda não vê espaço para cortar juros, diz ata do Copom

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BRASÍLIA – O Banco Central (BC) reafirmou que ainda não há espaço para cortar os juros por causa da inflação alta. De acordo com a ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira, a alta de preços ainda está num patamar que impede a flexibilização dos juros.

Mais uma vez, o Copom culpou a indefinição fiscal pela desancoragem da inflação e reafirmou que esse é o maior risco para o controle de preços. No entanto, mudou o que disse sobre a política fiscal na ata de abril. O comitê retirou o trecho que diz que a situação das contas públicas “contribui para acentuar a percepção negativa sobre o ambiente macro econômico, além de impactar negativamente as expectativas de inflação”.

Copom reitera que o cenário central para a inflação leva em conta a materialização das trajetórias recentemente anunciadas para as variáveis fiscais. Ou seja, o rombo de R$ 170 bilhões para este ano e a promessa de transparência, pagamento de pedaladas e também compromisso de não alterar a meta fiscal.

“Ressalte-se a importância de se garantir uma trajetória de resultados primários que permita a estabilização e a posterior redução do endividamento público em relação ao PIB, medida crucial para reforçar a percepção positiva sobre o ambiente econômico, para melhorar a confiança dos agentes e para contribuir para a ancoragem das expectativas de inflação”, incluíram os diretores no texto.

“O Comitê ressalta que, apesar dos avanços no combate à inflação, há incertezas associadas ao balanço de riscos, notadamente relacionadas ao gradual processo de recuperação dos resultados fiscais, e que o processo de realinhamento de preços relativos mostrou-se mais demorado e mais intenso que o previsto. Adicionalmente, que remanescem incertezas em relação ao comportamento da economia mundial”, diz o documento, que completa:

“Nesse contexto, o Comitê reitera que adotará as medidas necessárias de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas, ou seja, circunscrever a inflação aos limites estabelecidos pelo CMN, em 2016, e fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017. Nesse contexto, ressalta que o cenário central não permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias”.

Na semana passada, os diretores do Banco Central fizeram o que previa o mercado financeiro: deixaram estável o juro básico em 14,25% ao ano. Foi o último Copom da gestão de Alexandre Tombini à frente da autoridade monetária. Ele deixa o cargo com a inflação acumulada nos últimos 12 em 9,32%. A meta para este ano é de 4,5% com uma margem de tolerância de 2 pontos percentuais.

De acordo com os economistas, entretanto, a recessão econômica, a alta do desemprego e queda do consumo tende a frear os preços daqui para frente. A troca de comando do BC aumenta essa expectativa. O novo presidente, Ilan Goldfajn, defende a volta do tripé econômico: inflação controlada, política fiscal austera e câmbio flutuante.


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