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Agências rebaixam rating da Oi após recuperação judicial

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SÃO PAULO – O pedido de recuperação judicial da Oi levou as três principais agências de classificação de risco a rebaixar o rating da empresa. A Fitch, que na segunda já havia rebaixado a empresa de ‘CCC’ para ‘C’ devido às dificuldades para reestruturação de sua dívida, voltou a reduzir a nota para ‘D’ após o pedido de recuperação judicial. A Standard & Poor’s (S&P) reduziu a nota de crédito da Oi de ‘CCC’ para ‘D’. Já a Moody’s rebaixou a nota da Oi para para ‘C’. O nível do rating, nas três agências, indica situação de ‘calote eminente’.

De acordo com comunicado da Fitch, a Oi vinha sendo prejudicada por uma estrutura de capital tomada de dívidas e por uma geração de fluxo de caixa consistentemente negativa nos últimos anos. A agência acredita que o pedido de recuperação deve ser aceito e destaca que uma elevação do rating da Oi é improvável durante o período de recuperação da companhia. O rating ‘D’ é o último degrau da escala da Fitch e indica “inadimplência iminente”.

Já segundo a S&P, as chances de os credores recuperarem os recursos investidos na companhia, em caso de uma moratória, vai de 30% a 50%, mas está mais próximo da ponta mais baixa desta faixa.

“Uma vez que o processo de recuperação judicial tenha sido finalizado, vamos avaliar a companhia sob a estrutura atualizada de capital e o plano estratégico.”

A nota ‘D’ da S&P também é o mais baixo grau de sua escala e também indica “inadimplência iminente”.

Para a Moody’s, o rebaixamento reflete sua estrutura de capital insustentável, a limitada flexibilidade financeira, dada sua dívida elevada, e o momento desafiador para o financiamento através dos mercados de capitais.

“Em nosso ponto de vista, o processo de recuperação judicial, vai provocar graves prejuízos aos credores”.

Nesta terça-feira, as ações da companhia chegaram a despencar 30%.

A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), órgão regulador do mercado financeiro de Portugal, determinou a suspensão da negociação de papéis da Pharol e a emissão de títulos da Portugal Telecom devido ao pedido de recuperação judicial da Oi. Nos Estados Unidos, a Oi deu entrada a uma petição nos EUA com base no capítulo 15 da Lei de Falências nos para proteger ativos no país, segundo a Bloomberg.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) decidiu não intervir na Oi, mas proibiu a empresa de se desfazer de quaisquer bens sem sua autorização. A reguladora também informou que vai adotar ações de fiscalização para proteger os usuários. Três escritórios comandam o processo de recuperação judicial: BMA – Barbosa, Müssnich, Aragão; Rosman, Penalva, Souza Leão e Franco; e Ana Tereza Basilio.

Nascida da antiga Telerj e considerada uma das piores prestadoras de serviços de telefonia do país nos anos 1990, a Oi completou 18 anos em 2016 em meio a um endividamento bruto de R$ 54,9 bilhões.


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