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Abstinência do WhatsApp: usuários enfrentam dificuldades sem o aplicativo

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RIO – Pouco mais de 24 horas sem o WhatsApp foi mais do que suficiente para causar muita polêmica entre os brasileiros. O aplicativo conseguiu derrubar no início da tarde desta terça-feira o bloqueio do serviço, determinado pela Justiça da cidade sergipana de Lagartos. Inicialmente a previsão era de 72 horas de paralisação. No entanto, muitos usuários relatam, por exemplo, que o bloqueio causou prejuízos no trabalho. Já outros encararam o período de abstinência da ferramenta com bom humor e aproveitaram para se dedicar a atividades como ler e estudar.

Por volta das 13h, entre uma olhada e outra para conferir se o serviço havia voltado a funcionar, o dentista Bruno Pentangna, que costuma marcar consultas e até atender pacientes com a ajuda da ferramenta, tentava adaptar a sua rotina sem o aplicativo.

— Eu uso o WhatsApp o dia todo, ele faz muita falta. Muitos pacientes de pós-operatório mandam fotos, fazem perguntas por ele. Antigamente eles teriam que ligar para a secretária, esperar ela me dá o recado para quando eu tivesse tempo, ligar de volta. Hoje não, essa comunicação ficou muito mais ágil. Além disso, uso para me comunicar com familiares que moram fora do país. Tentei suprir com o Messenger do Facebook, com o Telegram, mas não é todo mundo que usa. Já perdi as contas de quantas vezes olhei para ver se tinha voltado. Nessas horas que vemos o quanto somos dependentes — conta.

A jornalista Adriana Vieira também usa o WhatsApp para trabalho e ressalta que o bloqueio da ferramenta já lhe causou prejuízo.

— Eu faço entrevistas com pessoas de outros estados e até outros países e o WhatsApp me permite uma comunicação ágil e barata. O preço da ligação hoje é muito caro. Ficar sem o aplicativo é sinônimo de prejuízo — resume.

A psicanalista Priscila Silva também é contra o bloqueio do aplicativo. — Fere o nosso direito a liberdade. Por mais que tenhamos outras formas de nos comunicar, não podem bloquear um serviço que é tão útil por causa de um fato específico.

Já o auxiliar de serviços gerais Paulo César Gomes gostou do período de abstinência do aplicativo. Ele conta que aproveitou para se dedicar aos estudos, sem a interrupção do barulho do aviso das mensagens.

— Por mais que eu tente me dedicar aos livros, toda hora chega mensagem e eu acabo parando quando vou ver já perdi muito tempo. Agora estou aproveitando para me desligar do celular completamente.

ALÍVIO EM BRASÍLIA

O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), em tom de brincadeira, disse que a suspensão do WhatsApp garantiu um “alivio” para ele, que tem diversos grupos e recebe diariamente um volume muito grande de mensagens.

— Se bloqueassem por uns três meses estava muito bom. O volume de mensagens que recebo diariamente, não só de deputados, é muito grande. Já falei com alguns pelo Telegram, mas não tem grupo, só individual. Os telefonemas aumentaram, mas não se comparam ao volume de mensagens do WhatsApp — disse o parlamentar.

Picciani chegou nesta terça-feira a Brasília e ligou, da liderança do PMDB e de telefone fixo, para o vice Michel Temer, com quem deve se encontrar ainda hoje para conversar sobre o espaço da bancada no governo Temer.

Órfãos do aplicativo, muitos deputados baixaram o Telegram na última segunda-feira, após ser anunciado o bloqueio. O grupo da bancada peemedebista no Whastapp se chama “PMDB debates”.


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