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Ações da JBS caem 4% após PF fazer buscas em empresa do grupo

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SÃO PAULO – As ações da JBS, maior processadora de carne do mundo, fecharam em queda no pregão desta sexta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo. Os papéis ordinários da empresa (com direito a voto) se desvalorizaram 4,30% e encerraram negociados a R$ 9,57. Foi a maior baixa entre todos os papéis negociados na Bovespa.

Uma operação da Polícia Federal, na manhã desta sexta, cumpriu mandados de busca e apreensão na Eldorado, de papel e celulose, uma empresa do grupo J&F, que controla a JBS. A PF também fez buscas na casa do presidente do grupo J&F, Joesley Batista. Trata-se de uma nova fase da Operação Lava-Jato. A operação foi batizada de “Sépsis” e faz referência ao quadro de infecção generalizada, quando um agente infeccioso afeta mais de um órgão. Durante a operação, a Polícia Federal prendeu o doleiro Lucio Bolonha Funaro, amigo do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

— A empresa sempre esteve no foco do mercadopor causa das relações com Lula. Sempre que é deflagrada uma nova fase da Lava Jato voltam à tona as notícias de favorecimento do BNDES à companhia ou a denúncia contra executivos do grupo, feita pelo Ministério Público Federal, por crime contra o sistema financeiro. Desta vez, o próprio presidente do Conselho de Administração da empresa acabou sendo alvo da operação — explica Luiz Roberto Monteiro, da corretora Renascença, observando que o mercado está evitando ações que embutem esse tipo de risco.

A JBS negou que seja alvo da nova fase da Operação Lava-Jato deflagrada esta manhã.

O nome da JBS foi citado na conclusão da CPI do BNDES, que investigava financiamentos a empresas feitos pelo banco público com juros subsidiados. Noutra investigação, Joesley Batista, presidente do Conselho de Administração, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo por crime contra o sistema financeiro, em empréstimos feitos pelo Banco Original, que pertence ao grupo. E, mais recentemente, informações publicadas na imprensa dão conta que a Receita Federal apontou fraude na fusão entre a JBS e o frigorífico Bertin e cobra uma multa de R$ 3 bilhões.

À época das denúncias, a JBS explicou que a relação com o BNDES decorreu da venda de uma participação acionária da empresa ao BNDESPar, e não de empréstimos com juros subsidiados. No caso da denúncia do MPF contra Joesley, a empresa garantiu que não estava relacionada no processo, mas sim a J&F Participações, holding que controla a empresa. Também explicou que os empréstimos do banco Original não foram feitos de forma ilegal. Quanto à operação com a Bertin, a JBS informou ao mercado que foi feita “dentro da legislação societária vigente”.

Maior empresa de carne processada do mundo e segunda no setor de alimentos – atrás apenas da Nestlé -, a brasileira JBS tornou-se uma companhia global e quase 90% de sua receita já é gerada no exterior. No Brasil, é uma das maiores doadoras de campanhas eleitorais e teve um crescimento expressivo durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


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