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Integrantes da FDN comandaram execução dos próprios membros

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Enquanto os maiores traficantes do Amazonas e líderes da Família do Norte (FDN) estão em presídios federais, os “boqueiros” da facção na cidade criam rixas e acabam matando os próprios integrantes da “família” criada por Zé Roberto da Compensa. Prova dessa desobediência ocorreu no bairro Morro da Liberdade, Zona Sul de Manaus. A região foi palco de cinco execuções, sendo uma em janeiro, outra em fevereiro e um triplo homicídio na quarta-feira.

A informação é do delegado Juan Valério, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros. De acordo com ele, tanto as vítimas quanto os pistoleiros são integrantes da FDN. Grupos de pequenos soldados situados nos bairros Santa Luzia, Educandos e Morro da Liberdade têm tornado parte da Zona Sul da cidade um palco de terror. Tudo por disputa de pontos de vendas de drogas, o que mostra o descontrole do alto escalão da FDN.

O último crime aconteceu na quarta-feira (1º). Três homens foram mortos. Segundo Valério, Igor Renato Lima Pires é apontado como traficante do Morro e por isso foi executado, em retaliação à tentativa de homicídio contra Roney Marinho, ocorrida na tarde do mesmo dia. Os outros mortos, Diego Viana Santos e um conhecido como “Caio”, eram usuários.

O delegado acredita que soldados de Roney foram os executores do triplo homicídio. “Quatro homens foram presos por tentar matar o Roney, então o pessoal do Roney foi até o Morro e aí executaram um traficante da área e possivelmente dois usuários”. As mortes aconteceram após Edilson Queiroz, o ‘Queixão’, também da FDN, ter sido morto em fevereiro. ‘Queixão’ comandava bocas no Morro. Ele foi morto com oito tiros. Segundo Valério, o grupo de Roney criou rixa com o “Queixão”, os dois da FDN.

Filhos de Zé Roberto

A FDN é aliada ao Comando Vermelho, que tem como base no Rio de Janeiro. A facção criminosa foi criada por Gelson Carnaúba e José Roberto da Compensa, enquanto os mesmos estavam em presídios federais.

A facção, segundo a Polícia Federal, tem mais de 200 mil integrantes, e devidamente cadastrados em um computador apreendido durante a operação La Muralha. Após a transferência da liderança, as autoridades perderam o controle das penitenciárias de Manaus, resultando no massacre deste ano.

No dia 1 de janeiro 60 detentos, entre eles membros do PCC, estupradores e traidores da FDN, foram esquartejados no Compaj. A onda de assassinatos é cada vez maior. Ontem e anteontem, mais de cinco pessoas foram mortas, três na Compensa, berço do tráfico em Manaus e bairro de ‘Zé Roberto’.

Soldados lutam por comando

Toda a liderança da FDN está encarcerada em presídios federais, fazendo com que soldados do tráfico em Manaus tenham tomado decisões próprias quando o assunto é tomar boca de fumo e matar rivais, mesmo que sejam da própria facção criminosa. É esperado que o narcotraficante João Pinto Carioca, o “João Branco”, retorne para Manaus para sentar no banco dos réus. O julgamento do “Potência Máxima”, como é conhecido por seus soldados, deve acontecer neste mês, porém ainda não há data certa para tal.

Tanto “João Branco” quanto os gerentes da FDN, Marcos Miranda, o “Marcos Pará”, “Maresia”, Messias Sodre, entre outros, devem estar no tribunal para serem julgados pelo homicídio do delegado de Polícia Civil, Oscar Cardoso, morto com mais de 15 tiros na frente do neto, no bairro São Francisco, Zona Sul, em 2014.

Questionado sobre a possibilidade de que aconteçam mais homicídios na Zona Sul em retaliação pelo triplo homicídio, o delegado Juan Valério informou que não há como afirmar, nem negar. “Não tem como afirmar, isso é muito volátil, às vezes tá numa boa e às vezes ocorrem esses homicídios”, disse, se mantendo alerta.

Fonte Jornal à Critica http://www.acritica.com/channels/hoje/news/traficantes-da-fdn-comandaram-execucao-dos-proprios-membros-diz-delegado


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