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À espera do banco central americano, dólar vale R$ 3,45

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RIO e SÃO PAULO – O mercado de câmbio tem um dia instável nesta quarta-feira, com os investidores na expectativa da reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, sobre a taxa de juro nos EUA. A decisão sai à tarde. A divisa americana começou o dia em queda, inverteu o sinal e agora volta a se depreciar frente ao real. Às 14h10m, o dólar comercial recuava 0,60% sendo negociado a R$ 3,45. Na máxima do dia, a divisa subiu a R$ 3,49 e na mínima foi negociada a R$ 3,44. No exterior, com os investidores mais calmos depois do turbilhão de ontem, a moeda americana também se deprecia. O dóllar index, que acompanha a moeda americana frente a uma cesta de dez moedas, recua 0,13%.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o dia começou com o pregão acompanhando a recuperação dos mercados internacionais. Ontem, o temor de que o Reino Unido deixe a União Europeia abalou os mercados globais, que fecharam em baixa. A Bolsa paulista recuou 2,04%. Às 14h10m, o Ibovespa, índice de referência do mercado de ações brasileiro, apresentava alta de 0,56% aos 48.922 pontos e volume negociado de R$ 3,3 bilhões, beneficiando-se do bom desempenho das bolsas no exterior, diz relatório da Guide Investimentos.

— É preciso lembrar que também acontece hoje o vencimento do Ibovespa Futuro, o que leva muito investidores a comprarem ações para fazer giro e levar o Ibovespa acima dos 50 mil pontos – observa Ari Santos, gerente da mesa de operação Bovespa da corretora H. Commcor.

Entre as maiores altas do pregão estão as ações preferenciais (sem direito a voto) da Usiminas, com alta de 13,17% a R$ 1,89. A Usiminas acertou os termos de renegociação de suas dívidas com os bancos credores, incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e também os debenturistas. Comunicado divulgado mostra que a siderúrgica terá dez anos para quitar as dívidas e três anos de carência para iniciar o pagamento do valor principal. As negociações também envolvem o Itaú Unibanco, o Banco do Brasil, o Bradesco. A condição para que o acordo seja fechado é que o aumento de R$ 1 bilhão de capital da empresa seja homologado até 22 de julho.

Ações de siderúrgicas e da Vale estão entre as maiores altas acompanhando a valorização do minério de ferro no exterior. Os papéis ordinários (com direito a voto) da Vale sobem 4,85% a R$ 15,30.

A maior baixa é apresentada pelos papéis ordinários da processadora de carnes JBS, com baixa de 2,58% a R$ 9,82, seguida pelas ON da Kroton, com queda de 2,60% a R$ 12,74. O mercado dá como certo que a companhia educacional vai aumentar a proposta feita para a aquisição da Estácio, depois que a Ser Educacional entrou na disputa.

No cenário doméstico, o mercado acompanhou a entrega da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para criação de um teto dos gastos do governo ao Congresso, que vale por 20 anos, mas pode ser revisada no décimo ano.

INVESTIDORES ACOMPANHAM FED

O fato mais importante do dia é a reunião do banco central americano (o Federal Reserve), que deve decidir se altera a taxa de juros vigente — que está entre 0,25% e 0,50%. A expectativa de que os juros subiriam neste mês foi adiada, segundo especialistas, com indicadores econômicos mais fracos divulgados recentemente. Mas o mercado acompanhará o discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, após a decisão, tentando identificar algum sinal sobre quando de fato os juros subirão.

— Acredito que não haverá uma mexida nos juros hoje e o Fed jogará a decisão para julho – diz Santos, da H. Commcor.

No mercado externo, o petróleo WTI negociado em NY mostrava queda de 1,15%, com o barril cotado a US$ 47,93.

MERCADOS EXTERNOS EM RECUPERAÇÃO

No exterior, o quadro de hoje é de recuperação nos mercados de risco, depois de quedas sucessivas, observa o economista-chefe do home broker Modalmais, Álvaro Bandeira, em relatório. Há expectativa de que o Banco do Japão possa anunciar estímulos extras à economia. E indicadores mais positivos na Europa também embalam positivamente as bolsas. A balança comercial da zona do euro avançou em abril para um superávit de 27,5 bilhões de euros, maior que o saldo positivo de 20,9 bilhões de abril de 2015, segundo a Eurostat.

Os pregões europeus fecharam em alta: a bolsa da Alemanha subiu 0,92%, a de Paris teve valorização de 1%, enquanto Londres ganhou 0,73%.

Apesar das altas, os investidores ainda acompanham com apreensão a eventual saída do Reino Unido da União Europeia (o chamado Brexit). Segundo dados compilados pela Bloomberg, são 46% a favor da saída; 41,8% a favor da permanência; e 12,2% indecisos. a taxa de desemprego no Reino Unido recuou para 5%, o menor nível desde 2005.


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