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Refugiados sírios voltam a buscar rota pelo Mediterrâneo

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ROMA – À medida em que as autoridades conseguiram controlar a crise dos refugiados na fronteira marítima com um polêmico acordo entre Turquia e Grécia, a rota pelo Mar Mediterrâneo é cada vez mais buscada pelas vítimas da guerra no Oriente Médio. O caminho que chegou a ser chamado em 2014 de “cemitério aquático” por seus milhares de migrantes mortos viu ontem um novo naufrágio deixar até 80 mortos, segundo a Guarda Costeira italiana. Segundo autoridades, a maioria dos resgatados são sírios e iraquianos, que vinham fazendo a rota pelo Mar Egeu e estão cada vez mais forçados a procurar outras maneiras de escapar da guerra e do terrorismo.

No novo naufrágio, no qual um barco superlotado afundou após sair da Líbia, 20 pessoas foram confirmadas mortos, mas o número de óbitos pode chegar a 80. Ativistas voluntários que ajudaram a resgatar sobreviventes disseram ter ouvido muitos relatos de que a maioria das pessoas a bordo vinha da Síria ou do Iraque.

— Estamos notando ultimamente que muitas pessoas estão chegando na Líbia em busca da ida à Europa — disse um membro da organização Alarm Phone.

No dia anterior, a Marinha italiana resgatou mais de 500 pessoas depois que outra embarcação com destino à Europa naufragou na costa da Líbia. Desde o início da semana, pelo menos 38 embarcações e mais de 6 mil pessoas foram resgatadas nas águas do Mediterrâneo.

Antes da crise no Egeu, o Mediterrâneo era o caminho preferido dos refugiados que fugiam para a Europa, em especial os africanos. Mas após outros naufrágios terem revelado resgates de sírios, autoridades enxergam um papel direto do fechamento da fronteira marítima pela União Europeia (UE), num polêmico acordo com a Turquia que devolve todo migrante que chegar pela Grécia e não se adequar a critérios específicos de necessidade.

Segundo o “Guardian”, grupos de Facebook sobre migração à Líbia têm crescido, com foco no caminho a partir do Sudão (ponto de conexão com o Oriente Médio). Alguns têm ofertas de viagens de Khartoum a Trípoli por US$ 1.200.

A maior parte dos refugiados na região vem de países da África Subsaariana como Nigéria e Somália. De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 1.370 imigrantes e refugiados morreram no Mediterrâneo no primeiro trimestre.


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