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Policiais venezuelanos serão investigados sobre morte de mineiros

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CARACAS — Membros da polícia venezuelana foram suspensos de suas funções para serem investigados no caso do assassinato de 17 mineiros em Tumeremo, segundo fontes oficiais. O objetivo é descobrir se as autoridades tem alguma relação com o episódio que impressionou o país nos últimos dias — e ganhou tom de debate político entre opositores e governistas na Assembleia Nacional.

— Dei minha palavra aos parentes das vítimas e hoje venho cumpri-la com a suspensão de alguns funcionários da região que serão submetidos a uma investigação interna — disse o diretor do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC), Douglas Rico.

Rico afirmou que as polícias de inteligência e de militares também podem ser alvo de investigação penal sobre o caso dos mineiros, que ainda está começando. Depois de vários dias de investigação, os corpos foram encontrados na segunda-feira à tarde em uma vala comum de cerca de cinco metros de profundidade perto da cidade de Nuevo Callao.

Apesar de as buscas terem sido dadas como concluídas, parentes das vítimas, testemunhas e oposição apontavam o desaparecimento de 28 trabalhadores. As causas do desaparecimento dos trabalhadores ainda não estão claras.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, indicou na semana passada que se acreditava que os mineiros foram vítimas de um “assassinato em uma guerra de gangues” no estado de Bolívar, onde há intensa atividade de mineração ilegal.

Como parte da investigação foi detida Rosa Gil Salazar, que estaria ligada aos assassinatos. As forças de segurança estão atrás de outros três suspeitos, incluindo Jamilton Andrés Ulloa Suárez, conhecido como “El Topo”, de nacionalidade equatoriana.

AMEAÇA DE MORTE

Nesta quarta-feira, a oposição venezuelana denunciou que o deputado Américo de Grazia foi ameaçado de morte por promover a investigação sobre o massacre de 17 mineiros — a princípio atribuído por um grupo criminoso no sudeste do país.

A coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) — que controla o Parlamento venezuelano — afirmou que De Grazia recebeu mensagens com intimidações em seu celular. O texto dizia que uma ordem de morte tinha sido encomendada por dois membros do partido governista.

Enquanto o partido não reagiu à denúncia, a Procuradoria-Geral convocou De Grazia a formalizar a queixa, que será anexada ao caso dos mineiros.

De Grazia e o líder opositor Andrés Velásquez denunciaram publicamente o desaparecimento e morte de dezenas de mineiros em Tumeremo. As minas da região — próxima à fronteira brasileira — são controladas por máfias de exploração ilegal.


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