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Polícia bloqueia marcha de estudantes contra crise na Venezuela

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CARACAS — Centenas de estudantes e professores de universidades públicas venezuelanas protestaram nesta quinta-feira em Caracas contra a crise orçamentária que afeta as instituições de ensino, num dia também de mobilizações de estudantes do ensino superior pró-governo.

Cerca de 500 alunos da Universidade Central da Venezuela (UCV) — a principal do país — tinham programado marchar até o Ministério de Educação, Ciência e Tecnologia, no centro da cidade, mas tiveram a passagem bloqueada por policiais. Eles protestam pelo pagamento do salário de professores e bolsas, além de outras demandas como abertura de restaurante.

Em uma área próxima, na Praça Venezuela, em torno de 400 estudantes pró-governo preparavam-se para uma mobilização em frente ao palácio presidencial de Miraflores para reivindicar as conquistas da política de educação do governo chavista.

Na quarta-feira, a oposição venezuelana organizou mais uma manifestação para pressionar por um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro.

Atendendo a um chamado do ex-candidato à presidência Henrique Capriles, cerca de 500 opositores protestaram diante de um tribunal em Caracas para rejeitar a decisão judicial que restringe as manifestações diante das sedes do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que deve definir a questão do referendo revogatório.

— Sabemos que a maioria está nas filas para conseguir comida, remédios — disse Capriles para justificar a baixa adesão ao protesto em Caracas.

Capriles convocou manifestações diante dos tribunais em 20e cidades. Na capital, policiais e militares com equipamentos antimotins aumentaram sua presença em duas vias de acesso ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).

Ante seus partidários, Capriles declarou que a oposição não deseja um golpe de Estado contra Nicolás Maduro, mas retirá-lo do poder pelas vias legais.

O tribunal diante do qual a mobilização ocorreu ordenou às forças de segurança que isolassem as instalações do CNE de “protestos não autorizados”, ao decidir a favor de um recurso de funcionários desta entidade que, segundo a oposição, é controlada pelo governo.

Em maio, os partidários da MUD — que tem maioria no Parlamento — tentaram duas vezes, sem sucesso, organizar passeatas até a sede central do CNE em Caracas, mas foram bloqueados por policiais e militares, situações que provocaram conflitos.

O objetivo da oposição era exigir do CNE que não adiasse a revisão das assinaturas apresentadas em 2 de maio para ativar o referendo, primeiro passo de um longo e complexo processo para revogar o mandato de Maduro. Esta fase terminará em 2 de junho.

O governo descarta a possibilidade de um referendo revogatório em 2016, alegando que os prazos legais não permitem o que a oposição deseja.

— Este ano é impossível — advertiu o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, que ressalta que a MUD sabe disso, mas insiste para justificar uma escalada violenta quando o CNE fechar as portas à ideia.

Se a consulta acontecer depois de 10 de janeiro de 2017, quando o mandato presidencial completa quatro anos, e Maduro for derrotado, os dois anos restantes serão completados pelo vice-presidente, designado pelo chefe de Estado. Se o referendo acontecer este ano e o chavismo for derrotado, novas eleições serão convocadas.

Maduro, que critica a ofensiva da oposição para interromper seu mandato e alega ainda uma “ameaça” de intervenção estrangeira, decretou estado de exceção em 13 de maio.


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