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Parlamento descarta Suu Kyi entre presidenciáveis de Mianmar

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NAYPYIDAW — A escolha do novo presidente de Mianmar começará sem a participação da líder pró-democracia Aung San Suu Kyi na disputa. Nesta quinta-feira, o Parlamento oficializou o fracasso de Suu Kyi em driblar uma cláusula que não lhe permite chegar à presidência com a nomeação da Liga Nacional pela Democracia (LND) de dois outros candidatos para as eleições. A Constituição local prevê que o presidente não pode ter filhos estrangeiros — e Suu Kyi tem dois filhos de nacionalidade britânica.

Enquanto garante que não pretende deixar a liderança política, a líder do partido indica o economista Htin Kyaw — que ocasionalmente já trabalhou como motorista para a líder birmanesa — à corrida presidencial. Eles são amigos desde a infância e antigos aliados. Hoje aos 69 anos, Kyaw é considerado um membro comprometido do partido e estava ao lado de Suu Kyi quando ela pôde deixar a prisão domiciliar em 2010.

A outra nomeação do partido ficou para Henry Van Thio como vice-presidente, membro do Parlamento que representa uma minoria étnica do país.

“Este é um passo importante para colocar em andamento os desejos e expectativas dos eleitores que, com entusiasmo, apoiaram a LND”, expressou Suu Kyi em um comunicado publicado nesta quinta-feira para convocar o apoio pacífico às metas do partido.

Após quase meio século de ditadura militar, os birmaneses terão seu primeiro governo eleito por voto popular em várias gerações. Há quatro meses, eleições históricas deram a maioria dos assentos do Parlamento à LND — embora um quarto dos assentos ainda sejam atribuídos aos militares, o que significa que continuarão a ser extremamente influentes.

Aung San Suu Kyi — que passou anos em prisão domiciliar ao ser vitoriosa em eleições de 1990 e se tornou Nobel da Paz em 1991. Anteriormente, ela já tinha dito que uma vitória da LND a colocaria acima do novo presidente, que deverá assumir o posto no fim de março.

Mianmar, país de 51 milhões de habitantes, é uma das nações mais pobres do Sul da Ásia. Áreas como saúde e educação estão em ruínas e apenas 30% da população tem acesso à energia elétrica. A nova maioria parlamentar, que inclui médicos, professores e poetas, tem muito a aprender e trabalhar nos próximos anos.


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