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Morales pede que servidores a favor do ‘não’ em referendo deixem seus cargos

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LA PAZ — O presidente boliviano, Evo Morales, pediu aos funcionários do governo e altas autoridades que votaram “não” no referendo constitucional de fevereiro que peçam demissão e deixem em seu lugar pessoas comprometidas com o país. Durante a entrega de uma unidade educativa na cidade de Achocalla na segunda-feira, Morales afirmou que a medida não se trata de um “massacre branco”, mas sim uma forma de chamar atenção dos servidores que não concordam com as políticas de governo.

— Como expressaram publicamente que estavam com o “não” e como não estavam de acordo com a Agenda Patriótica 2025, também deixem trabalhar a outras pessoas que concordam com o programa, com o projeto político — afirmou Morales, que não poderá se candidatar mais uma vez à Presidência em 2019. — Não é nenhum massacre branco, é o direito deles não estar conosco, é um direito ser pró ou anti-imperialista.

Ele também denunciou que alguns funcionários fizeram campanha pelo “não” em seus veículos e redes sociais. Ao site “Página Siete”, uma fonte do governo que não quis se identificar revelou que foi realizado um monitoramento das contas do Facebook de todos os servidores públicos para identificar seus posicionamento no referendo.

Segundo o presidente, a identificação dos funcionários foi um pedido das organizações sociais aliadas ao governo. No referendo de fevereiro que poderia dar a Morales a chance de uma nova reeleição e se manter no poder até 2025, o “não” a reformas na Constituição venceu com 51,30%, contra 48,70% para o “sim”. O líder boliviano, que teve sua primeira derrota nas urnas após dez anos no poder, também disse que perder dói.

— Não perdemos as eleições, mas só a modificação de um artigo da Constituição. Há companheiros que nos chamam de preocupados e chorões. Mas é claro, em dez anos nos acostumamos a ganhar. Dói, é verdade, mas rapidamente vamos nos recuperar.


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