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Líder conservador holandês é julgado por incitar ódio contra muçulmanos

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AMSTERDAM — O político holandês que lidera os pedidos pela proibição da imigração de muçulmanos na União Europeia enfrenta acusações de incitação ao ódio e discriminação contra a comunidade marroquina do país. Nesta sexta-feira, o representante da extrema-direita Geert Wilders prestou esclarecimentos no tribunal, enquanto o país debate os limites entre a liberdade de expressão e a proteção contra a discriminação em meio à crise migratória no continente.

Wilders, do Partido da Liberdade, nega que tenha cometido qualquer transgressão, acusando o julgamento de motivações políticas. No início da audiência, o político brincou com a imprensa e ouviu calmamente às acusações que pesam contra ele.

— A liberdade de expressão não é absoluta, mas emparelhada às obrigações e responsabilidades — disse o promotor Wouter Bos. — A responsabilidade de não colocar grupos de pessoas uns contra os outros. Racismo e ódio a estrangeiros constituem uma violação direta da liberdade, da democracia e do cumprimento da lei.

O político atraiu inicialmente a atenção da Justiça em suas campanhas eleitorais de 2014, que pediam por “menos marroquinos” na Holanda. Em um comício televisionado, ele guiou o canto de “Menos! Menos! Menos!” quando o tema eram os imigrantes muçulmanos. E, em resposta, ele completou sorrindo: “Nós vamos cuidar disso”.

Segundo autoridades, Wilders teria treinado os apoiadores antes do evento — o que contribui significativamente às acusações de incitação ao ódio. Mais tarde, o político chegou a se referrir aos marroquinos como “escória”.

O Partido da Liberdade se tornou a legenda mais popular na Holanda, segundo pesquisas de opinião. O país espera suas próximas eleições em março de 2017.


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