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Jornal relata rotina das madrugadas de Obama na Casa Branca

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WASHINGTON — Ele dorme apenas cinco horas e não precisa nem de chá nem de café enquanto trabalha. E mantém-se desperto com nada mais, nada menos do que sete amêndoas salgadas. Este é o retrato noturno de Barack Obama descrito pelo “New York Times”, que relata ainda que o presidente americano se considera um “cara da noite”, que ama as madrugadas passadas na Casa Branca.

— Todo mundo tem seu tempo para organizar pensamentos. Não há dúvida de que esta janela de horário é a janela dele — conta Rahm Emanuel, o primeiro chefe de Gabinete de Obama.

Quase todas as noites em que está na Casa Branca, Obama janta às 18h30m com a mulher, Michelle, e as filhas e, em seguida, retira-se para a Sala dos Acordos — que ganhou este nome por conta dos muitos documentos históricos que nela foram assinados — seu escritório particular próximo a seu quarto no segundo andar da Casa Branca. Lá, lê todos os dias dez cartas enviadas por americanos comuns, insiste em se inteirar de todos os documentos entregues a ele e, ainda assim, encontra tempo para fazer palavras-cruzadas on-line. E tudo isso é feito a partir de uma avantajada cadeira de couro giratória da Casa Branca, sempre com um canal de esportes ligado, mas com o som baixo.

FANTASIA: ABRIR LOJA DE CAMISAS NO HAVAÍ

Se isto for verdade, seu diligente regime é muito diferente do de seus recentes antecessores. George W. Bush se gabava de que estava sempre na cama por volta das 22h, totalmente esgotado por uma rotina de exercícios cada vez mais dura e uma Presidência que saiu dos trilhos. Bill Clinton foi outro notívago. Mas as noites livres de Clinton eram gastas encomendando pizzas, em vários brain storms com seu Gabinete e telefonando para líderes políticos, tanto nos Estados Unidos quanto ao redor do mundo. A reportagem relata que assessores de Clinton, muitas vezes, tiveram que acessar o registro de chamadas da Casa Branca na manhã seguinte, apenas para determinar para quem ele tinha ligado.

Nada disso se passa com Obama, cujas intromissões nas noites de altos funcionários parecem resumir-se ao e-mail ocasional informando-os de que o presidente leu um documento que queriam que ele lesse ou passou a noite reescrevendo um discurso. Ele faz isso sentado debaixo de um retrato do presidente Ulysses S. Grant. E tudo é feito sem a necessidade de uma turbinada de cafeína ou mesmo um refrigerante. Na maioria das noites, o quase monge Obama senta com apenas uma garrafa de água. O único sustento que se permite é um punhado de nozes. Sam Kass, ex-chef pessoal de Obama, disse que o presidente era muito específico quando se tratava de quantas almêndoas queria comer a cada noite.

— Michelle (Obama) e eu sempre brincávamos: nem seis, nem oito — contou Kass: — Sempre sete amêndoas.

A reportagem aborda ainda como seria a vida fora da Casa Branca. Rahm Emanuel, agora prefeito de Chicago, mas ainda próximo do presidente, disse que ele e Obama uma vez se imaginaram indo para o Havaí abrir uma loja de camisas, onde se venderia apenas um tamanho (médio) e uma cor (branca). O sonho era não ter que tomar mais decisões. Durante reuniões difíceis na Casa Branca, quando nenhuma boa decisão parecia possível, Emanuel, às vezes, voltava-se para Obama e soltava: “Branco!” Obama, por sua vez, respondia: “Médio!”


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