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Fujimorismo comandará o Congresso nos próximos 5 anos

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BUENOS AIRES — Com ou sem a Presidência do país, o fujimorismo é atualmente o maior partido político do Peru e controlará o próximo Parlamento. No primeiro turno das eleições, em 10 de abril, o partido Força Popular, criado e liderado por Keiko Fujimori, conquistou 73 das 130 cadeiras do Congresso unicameral peruano. A segunda força será a esquerdista Frente Ampla, com 20 congressistas; e a terceira, Peruanos pela Mudança, do candidato presidencial Pedro Pablo Kuczynski, que terá 18 representantes no Legislativo.

Existe mesmo a possibilidade de que Kenji Fujimori, irmão mais novo de Keiko, presida o Congresso, embora ele tenha negado que este seja o plano da legenda. Kenji foi o candidato ao Parlamento mais votado em abril, conquistando a mesma proeza que a irmã, em 2006.

Com o controle do Legislativo, o fujimorismo poderia reformar a Constituição. Para isso, precisaria apenas de mais 14 votos, que poderia negociar com outras bancadas. No entanto, segundo analistas locais, a agenda parlamentar do Força Popular não deverá incluir reformas profundas. Pelo contrário. Na opinião de Adriana Urrutia, “o fujimorismo é uma direita conservadora e não devemos esperar dele mudanças radicais nem polêmicas”.

— Claramente haverá obstáculos a iniciativas de vanguarda, como leis de casamento ou união civil de gays e aborto — assegurou Adriana ao GLOBO.

O temor é de que o fujimorismo use sua maioria parlamentar para, por exemplo, promover o indulto do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000) ou proteger aliados envolvidos em casos de corrupção e vínculos com o narcotráfico. Nas últimas semanas de campanha, a imprensa local confirmou que o secretário-geral do Força Popular, Joaquin Ramírez, era alvo de investigação da DEA (agência antidrogas dos Estados Unidos).

— Existe o risco de que o Congresso facilite atividades criminosas ou, no mínimo, não investigue nem denuncie — alertou a analista.

Na opinião de Arturo Maldonado, da empresa de consultoria política “50+1” e colunista do jornal “El Comércio”, o fujimorismo deverá promover “medidas de impacto” como “colocar os militares da rua para combater a insegurança”.


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