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Cuba diz que receberá Obama bem, mas sem concessões políticas

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HAVANA — O governo cubano disse que receberá bem o presidente Barack Obama na viagem histórica prevista para o final do mês, mas alertou que não fará concessões políticas nem renunciará a seus princípios revolucionários e imperialistas. Um longo editorial publicado nesta quarta-feira no jornal Granma, do Partido Comunista, destacou que a visita será um importante passo dentro do processo de reaproximação entre os dois ex-rivais e reiterou a disposição do país em manter um diálogo respeitoso com o governo americano.

“Obama será bem recebido pelo governo de Cuba e seu povo, com a hospitalidade que os distingue, e será tratado com toda consideração e respeito, mas ninguém pode pretender que, para isso, tenhamos de renunciar a um só de nossos princípios”, afirmou o Granma. “Conviver não significar ter de renunciar às ideias nas quais acreditamos e que nos trouxeram até aqui, ao nosso socialismo”.

Na visita que ocorrerá nos dias 21 e 22 de março, Obama deve se encontrar com Raúl Castro para discutir diversos assuntos, incluindo a liberdade política e direitos humanos. Esta será a primeira vez em 88 anos que um presidente dos EUA fará uma visita à ilha caribenha, em um passo histórico do processo de aproximação nas relações diplomáticas entre os dois países.

Quando a viagem foi anunciada, o vice-conselheiro de comunicações estratégicas sobre a Segurança Nacional do governo dos EUA, Ben Rhodes, reiterou a intenção de Obama em levar a mensagem de que a relação entre os dois países não precisa ser definida pela sua “história difícil e complicada”. Para Rhodes, o objetivo do governo americano com a visita é dar os primeiros passos para melhorar a vida do povo cubano

Em julho do ano passado, as embaixadas dos EUA e de Cuba reabriram suas portas, uma decisão de grande peso simbólico no processo degelo diplomático entre os dois países iniciado em 2014. Dois meses antes, os EUA já haviam removido Cuba da lista americana de países que apoiam o terrorismo, abrindo espaço para o governo cubano tomar financiamentos no exterior e expandir negócios e investimentos.

Os EUA romperam relações com Cuba depois de Fidel Castro e seu irmão Raul liderarem uma revolução para derrubar o presidente Fulgencio Batista, apoiado pelos Estados Unidos na década de 1950, e estabelecerem um estado socialista revolucionário com laços estreitos com a União Soviética.


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