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Coreia do Norte diz que teste com míssil lançado de submarino foi um sucesso

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SEUL — A Coreia do Norte disse neste domingo que o teste de um míssil lançado a partir de um submarino sob a supervisão do líder Kim Jong Un foi um grande sucesso que abre um novo caminho à possibilidade de um poderoso ataque nuclear. A mais recente demonstração do poder militar de Pyongyang veio seguida de uma rara entrevista do ministro das Relações Exteriores norte-coreano à imprensa ocidental — em que o representante político disse que o país está pronto para interromper seus testes nucleares se os EUA suspenderem seus exercícios militares anuais com a Coreia do Sul.

O lançamento do último sábado foi rechaçado pela Coreia do Sul, que entrou em alerta sobre a possibilidade de um quinto teste nuclear do seu vizinho do Norte. Apesar das declarações de Pyongyang, especialistas questionam se o voo do míssil não foi curto demais para ser considerado um sucesso.

Analistas dizem que os testes poderiam ser parte de uma estratégia de Kim para reforçar sua posição em um raro congresso do partido governista previsto para maio.

O governo dos Estados Unidos ressaltou que o teste representa uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e pediu ao regime comunista que não realize ações que poderiam desestabilizar ainda mais a região.

Pyongyang tenta há muito tempo desenvolver sua tecnologia de mísseis balísticos submarinos para aumentar a escala de seu programa nuclear para além da península coreana.

De acordo a agência de notícias estatal, Kim Jong Un afirmou que o país agora é capaz de atacar a Coreia do Sul e os Estados Unidos quando desejar.

— Este êxito revelador representa um novo presente que os cientistas e técnicos da Defesa dão aos grandes líderes e ao partido — afirmou o jovem líder do país, segundo a agência.

TENSÕES INTERNACIONAIS

Em entrevista exclusiva à Associated Press, o ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Ri Su Yong, afirmou que o país está pronto para interromper seus testes nucleares caso os Estados Unidos suspendam seus exercícios militares anuais com a Coreia do Norte. Ele reforçou a posição norte-coreana de que o desenvolvimento de armas nucleares pelo país são um ato de defesa frente às tensões com o governo americano.

— Parem os exercícios nucleares de guerra na península coreana e então nós também devemos cessar nossos testes nucleares — disse Ri Su Yong em rara entrevista a um veículo de comunicação ocidental. — Se continuarmos neste caminho de confronto, isto levará a resultados catastróficos não apenas aos dois países como para o mundo todo também.

Na entrevista concedida em Nova York, o ministro também afirmou que Pyongyang não será intimidada por sanções internacionais.

— Se eles acreditam que podem realmente nos frustrar com sanções, estão totalmente errados. Quanto mais pressão você coloca em uma coisa, mais emocionalmnete você reage para lutar contra ela. É importante que os políticos americanos estejam conscientes disso.

No sábado, a França pediu que a União Europeia (UE) adote sanções adicionais à Coreia do Norte após o lançamento de mísseis balísticos.

“Instamos a comunidade internacional a adotar uma firme e unida reação de modo que sua Coreia do Norte pare de fazer provocações”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês em comunicado. “Em particular, a França insta a União Europeia a adotar unilateralmente sanções adicionais”.

A proposta do ministro norte-coreano, no entanto, pode não resultar em mudanças nas tensões internacionais. A Coreia do Norte — que considera os exercícios da Coreia do Sul e dos EUA como um ensaio de invasão — já fez propostas similtares no passado a Washington. O governo americano insiste que Pyongyang deve desistir primeiro dos seus programas nucleares antes das negociações.

Em Seul, o ministro das Relações Exteriores sul-coreano disse neste domingo que a proposta do seu vizinho do Norte não vale a pena ser considerada. Ele afirmou que a sugestão é mais uma manobra para tentar escapar das novas sanções internacionais impostas ao país.

Já o Departamento de Estado dos EUA defendeu que os exercícios militares são uma demonstração do comprometimento americano à sua aliança com a Coreia do Sul.

“Nós instamos novamente a Coreia do Norte a se abster das ações e da retórica que aumentam ainda mais as tensões na região e a focar em dar passos concretos para cumprir seus compromissos e obrigações internacionais” disse Katina Adams, porta voz do governo americano.


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