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Chanceler de Maduro critica Almagro e pede suspensão de reunião da OEA

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WASHINGTON — Delcy Rodríguez, chanceler da Venezuela, criticou fortemente o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, nesta terça-feira. Ela acusou o chefe do organismo de impedir o diálogo em seu país e pediu a suspensão da reunião dos líderes americanos do dia 23. O encontro de quinta-feira possivelmente analisará se a Carta Democrática Interamericana poderá ser aplicada na Venezuela — e o país poderia vir a ser suspenso da organização.

A chanceler acusou Almagro de defender os interesses imperialistas americanos. Para Delcy, a reunião do dia 23 fere o respeito à autonomia da Venezuela.

— Rechaçamos com a mesma força e com o mesmo ímpeto as intervenções intervencionistas na Venezuela. A Venezuela não é mais nem menos que os outros países da OEA — afirmou ela durante a audiência com o ex-presidente do governo espanhol, Jose Luis Zapatero, que foi noticiar à OEA os avanços de sua iniciativa de mediação entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição venezuelana. — Se vocês (os países da OEA) querem realmente o diálogo, deixem que a Unasul e o ex-presidentes avancem na negociação — disse a chanceler, que foi aplaudida após sua exposição.

Delcy afirmou ainda que o governo de Maduro sempre foi aberto ao diálogo. Ela disse que o presidente e o seu antecessor, o ex-presidente Hugo Chávez, evitaram a violência da oposição — que, por sua vez, nunca escondeu sua vontade golpista de um governo legitimamente eleito.

— O senhor Almagro decidiu ser o defensor da oposição venezuelana — disse. — E onde está o principio de não intervenção de assuntos internos dos estados? Baseado em que este senhor se sente permitido para fazer este relatório (que pede a aplicação da Carta Democrática)? Isso não é uma violação das normas desta instituição?

A chanceler também reforçou as críticas ao Paraguai, que defende sanções mais fortes contra a Venezuela, afirmando que o país não tem legitimidade para falar de democracia por ser “fruto” de um golpe de estado e por ter representantes da ditadura do país em vários cargos.

Antes de Delcy, Almagro afirmou que “não há premissa” do diálogo na Venezuela e que todos devemos “dar um passo adiante” para encontrar uma solução ao país. A audiência começou na manhã desta terça-feira na sede da OEA e não há prazo para seu encerramento.


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