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Bangladesh executa líder islâmico por crimes de guerra em 1971

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DACA — O líder do partido islâmico Motiur Rahman Nizami foi enforcado nesta terça-feira pela Justiça de Bangladesh. Ele foi condenado por genocídio, estupro e outros crimes cometidos durante a guerra de independência do Paquistão em 1971. A punição do ex-parlamentar, que morreu aos 73 anos, arrisca provocar uma reação raivosa de seus apoiadores.

Nizami foi executado na cadeia central de Daca pouco após a meia-noite, disse o ministro da Justiça, Anisul Haq. A Suprema Corte rejeitou o seu último apelo da sentença de morte imposta por um tribunal especial para genocídios, estupros e massacre de pessoas influentes durante a guerra de 1971.

Ministro no último mandato do premier Khaled Zia, ele foi sentenciado à morte em 2014. Centenas de pessoas lotaram as ruas de Daca, capital do país, para celebrar a execução do líder do partido Jamaat-e-Islami.

Horas antes do enforcamento, Nizami pôde receber a visita de membros de sua família na principal cadeia de Daca, escoltada por centenas de policiais e forças de elite.

— Esperamos por este dia por 45 anos — disse o veterano de guerra Akram Hossain. — A justiça finalmente prevaleceu.

O chefe islâmico era considerado como um dos principais instigadores na criação da milícia islâmica Al Badr, que assassinou intelectuais, médicos e jornalistas durante a guerra da independência em 1971. A execução poderia provocar uma nova onda de violência no país, onde nos últimos meses ocorreram vários assassinatos de ativistas laicos ou de minorias.

Desde 2013, cinco políticos da oposição — incluindo quatro líderes do Jamaat-e-Islami — foram executados após terem sido condenados pela Justiça de Bangladesh. Estas execuções terminaram em revoltas que mataram 500 pessoas.


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