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Após recuo de Boris Johnson, Theresa May vira favorita para premier do Reino Unido

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LONDRES — A ministra do Interior britânica, Theresa May, já vem sendo cotada como a candidata favorita para suceder o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron. Após o ex-prefeito londrino Boris Johnson surpreender na quinta-feira com a declaração de que não participará da disputa, ela vem ganhando apoio dentro do Partido Conservador. O novo premier terá a missão de guiar a saída britânica da União Europeia (UE) — após a derrota da campanha contra o Brexit, liderada por Cameron, não ter obtido os votos necessários no referendo deste mês.

Antes do referendo, May se posicionou em favor da permanência no bloco, embora suas manifestações tenham sido tímidas. No entanto, em seus seis anos à frente do Ministério do Interior, pôs no centro da sua gestão o combate à imigração irregular, uma posição em sintonia com o discurso dos apoiadores do Brexit.

— Theresa é a melhor pessoa para liderar a nossa saída da UE, reduzir a imigração e recuperar a nossa soberania, ao mesmo tempo que proteger nosso crescimento econômico — disse o ministro da Defesa do Reino Unido, Michael Fallon.

Ao apresentar sua candidatura, May não deixou dúvidas de que levará adiante os procedimentos para a retirada do bloco europeu. Ela prometeu que, caso conquiste o cargo de primeira-ministra, não fará tentativas de permanecer na UE, descartando a possibilidade de um novo referendo, e não antecipará as eleições gerais agendadas para 2020:

— Também não haverá qualquer aplicação do Artigo 50 (que regula a secessão de Estados da UE) até que a estratégia de negociação esteja clara e confirmada, o que significa que ele não será aplicado até o fim deste ano.

A disputa no Partido Conservador pelo nome que irá suceder a Cameron na cadeira de primeiro-ministro britânico sofreu ontem uma inesperada reviravolta com o anúncio de última hora da candidatura do ministro da Justiça, Michael Gove, o que acabou abatendo o favorito Boris Johnson antes mesmo que ele alçasse voo.

Desde a divulgação da saída de Cameron, Gove vinha negando repetidamente a intenção de buscar a liderança do partido, e era cotado para chefiar a esperada campanha do ex-prefeito de Londres ao cargo. Abandonado por uma grande quantidade de correligionários e sentindo-se traído, Johnson acabou por anunciar que não participará da disputa.

Deputado desde 1970 e ministro em vários governos conservadores, Ken Clarke disse que Gove não seria um líder confiável e lhe pediu que abrisse o caminho para May.

— Não é muito alentador que ele tenha atuado como braço direito de Boris durante toda a campanha do referendo — disse Clarke sobre Gove, chamando de traição o anúncio repentino da sua candidatura. — Não queremos adicionar a esta tragédia um ar de farsa.

Os outros três candidatos para ocupar o cargo de premier são o secretário de Estado de Trabalho, Stephen Crabb, o antigo ministro da Defesa Liam Fox e a secretária de Estado de Energia, Andrea Leadsom.

Como há mais de um candidato, os deputados elegerão dois finalistas na disputa. Ambos serão, então, submetidos ao voto de 150 mil afiliados do Partido Conservador. No dia 9 de setembro, o novo líder da legenda e primeiro ministro britânico terá seu nome conhecido.


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