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Familiares das vítimas de acidente com fio elétrico cobram assistência da Eletrobras

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Após mais de 25 dias do rompimento de um fio de alta tensão,  que deixou 16 pessoas feridas na Comunidade da Sharp, localizada no bairro Armando Mendes, zona leste de Manaus, familiares das vítimas afirmam que não receberam assistência da Eletrobras Amazonas Energia. Segundo boletim médico divulgado, nesta segunda-feira (27), pela Secretaria Estadual de Saúde (Susam), quatro crianças ainda permanecem internadas: Larissa Emanuelle, 11 meses, Vitor Mato, 14, Lara Nascimento, 3, Pedro Ferreira Neto. Todos permanecem em quadros clínicos estáveis.                                                   

O pai de Pedro Neto Ferreira, 11, que ainda continua no Pronto-Socorro da Criança da Zona Leste, Pedro Paulo Ferreira, disse que a concessionária não prestou apoio para o filho. De acordo com ele, a criança vai precisar passar por uma cirurgia plástica nos pés, além de tratamento para as queimaduras de terceiro grau nos braços. 

“Estou tentando transferir o meu filho por minha conta. No local que ele está internado, não possui cirurgião plástico. Ele está precisando de passar por um desses procedimentos. A Eletrobras nunca chegou comigo e perguntou o que estava precisando, nem ofereceram apoio psicológico. Eles me deram apoio zero”, disse Pedro Paulo Ferreira.

O acidente na Comunidade da Sharp aconteceu na tarde do último dia 5 de junho. Ao total, 16 pessoas foram atingidas pelo rompimento do fio. Duas delas, Valdenir Rodrigues, 40, e Valdeana Augusto Nascimento, 25 não resistiram aos ferimentos e morreram.

Na ocasião, a Eletrobras Amazonas Energia informou que no momento da ocorrência, pessoas soltavam papagaio com linha de cerol, que entrou em contato com a rede elétrica. Segundo o órgão, a assistência social da empresa prestaria todo o auxílio necessário às famílias das vítimas.

Segundo Pedro Paulo Ferreira, o rompimento do fio foi provocado por um erro da empresa. Segundo ele, um mês antes do acidente, os moradores entraram em contato pelo Serviço de Atendimento da concessionária para resolver os problemas, mas não foram atendidos.

“Temos um documento, comprovando protocolo que utilizamos em uma ligação que realizamos para a empresa relatando os riscos que o fio estava oferecendo. Eles nos avisaram que os cabos não ofereciam risco para ninguém, mas olha o que aconteceu”, disse.

Outro familiar que reclamou da falta de apoio da Eletrobras Amazonas Energia, foi a tia materna de Larissa Emanuelle, 11 meses, e de Lara Nascimento, de 3 anos, Cristiane Tavares. Elas continuam internadas no Pronto-Socorro da Criança da Zona Leste. De acordo com ela, após a morte dos pais da criança, que também foram atingidas pelo fio, não foi registrado nenhum apoio para as sobrinhas.

“Elas perderam os pais durante este acidente e estão internadas. A pequena vai precisar passar por uma cirurgia plástica, pois teve queimaduras de terceiro grau na cabeça, nas costas e nos braços. Para trocarem os curativos, precisam dar sedativos, porque ela está muito machucada. Mesmo com tudo isso, não recebemos nenhum apoio da Eletrobras, nem nos ligam para perguntar o que estamos precisando”, disse.

Segundo ela, os moradores estão fazendo doações de fraldas e de materiais de higiene para atender as necessidades das crianças que estão internadas. Ela relatou ainda que os moradores têm feito um rodízio para definir quem ficará com as crianças nas unidades hospitalares. 

“É claro que Deus no envia anjos, porque os moradores estão nos ajudando com fraldas e ficam no hospital até quando não podemos ficar porque precisamos trabalhar. As minhas sobrinhas tinham tudo o que precisavam com os seus pais e foi tirado isso delas. Agora o órgão precisa ajudar. Vamos lutar por isso, porque a família não tem condições de arcar com as despesas”, disse Cristiane Tavares.

Segundo ela, quando receberem alta, as crianças devem morar com a vó materna, que veio do Estado do Maranhão para Manaus.

A vendedora Joelma da Silva, 39, que também foi atingida nas mãos e nas pernas, afirmou que chegou a receber o valor de remédios da Eletrobras uma vez. Ela recebeu ata do Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, logo após do acidente. 

“Depois que tudo aconteceu o meu marido comprou os medicamentos e o valor foi reembolsado pela concessionária, mas só foi uma vez. Hoje estou bem, mas ainda continuo tomando remédios que são caros, sem ajuda deles. Tive uma parte da minha perna queimada e sinto dores por algo que não foi a minha culpa. Quero entrar na Justiça para cobrar isso também. Precisamos de assistência”, disse.

Eletrobras diz que prestou assistência

Em nota, a assessoria de comunicação da Eletrobras Distribuição Amazonas informou que se solidarizou com a situação trágica provocada pelo rompimento do cabo de energia em função das pipas com linha com cerol que culminou no acidente.

De acordo com a Eletrobras, foi providenciado o tratamento e translado dos corpos do casal, Valdemir Rodrigues e Valdeana Augusto do Nascimento, que tinham seu domicílio de origem no interior do município no Maranhão. 

O órgão também informou que realizou a compra de medicamento, providenciou os vouchers para o translado de acompanhantes das vítimas e comprou alimentação para acompanhantes.

De acordo com a assessoria de comunicação da Eletrobras, a concessionária também realizou acompanhamentos diários e visitas aos responsáveis dos menores que estão internados no Pronto Socorro Infantil da Zona Leste e aos domicílios das pessoas da Comunidade da Sharp que foram vítimas do acidente.

Matéria do Portal D24 http://new.d24am.com/noticias/amazonas/familiares-vitimas-acidente-eletrico-relatam-falta-assistencia-eletrobras/154263


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