517 casos de pessoas desaparecidas foram registrados em menos de um ano na capital do Amazonas
Conforme a delegada titular da DEOPS, Catarina Torres, o número de pessoas que vão à delegacia para comunicar o desaparecimento de familiares tem crescido. Conforme dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), de janeiro a agosto deste ano, 517 casos de desaparecimento foram registrados nas delegacias do Estado. Durante o ano passado. Durante o ano todo de 2015, foram 851.
A delegada destaca que as principais causas dos desaparecimentos que chegam à DEOPS são o envolvimento do desaparecido com drogas e a orientação sexual, que muitas vezes não é aceita pelos familiares quando a pessoa decide sair de casa, sem avisar, para ir morar com o parceiro ou parceira.
Há ainda os que sofrem distúrbios psicológicos, que mediante a qualquer descuido dos familiares conseguem sair de casa sem ser percebidos. Estes andam muito e não sabem voltar para casa. Outros sofrem acidentes de trânsito ficam desacordados e não tem como avisar a família. Existem também os casos de outros que são encontrados mortos.
De acordo com Catarina Torres, a maioria dos desaparecidos é encontrada pela polícia, volta espontaneamente para suas famílias ou dá notícias informando onde está. Há ainda aquelas que são vistas por terceiros que comunicam à polícia. A delegada tem como aliada a imprensa na localização de pessoas desaparecidas. “Quando somos comunicados do desaparecimento de alguma pessoa, imediatamente, encaminhamos o caso para a nossa assessoria que se encarrega de fazer a divulgação”, explicou.
A divulgação é feita com base nas informações passadas pela família. Estas são repassadas para jornais, televisão, rádio e redes sociais. Conforme a delegada, a resposta é quase imediata, começam a chegar informações que são checadas pela polícia. “Os meios de comunicação são nossos parceiros e nos ajudam muito”.
Shara Ruana está desparecida há nove anos
Apesar do empenho da polícia e da família, no Amazonas, há casos de pessoas que há anos estão desaparecidos. A delegada Catarina Torres garante que a polícia não desiste de procurá-los. “Só desistimos quando há um desfecho final, mas sempre acreditamos que ainda vamos encontrá-los”.
Há famílias, no entanto, que nunca perdem a esperança. “É um sofrimento que não acaba”. É assim que a auxiliar de serviços gerais Alzenira Nascimento dos Reis, mãe de Shara Ruana, desaparecida desde o dia 28 de novembro de 2007, define os quase noves anos sem saber até hoje o que aconteceu com a filha. A garota, que tinha sete anos na época, saiu de casa na rua Armando Barbuda, bairro Betânia, Zona Sul, para comprar pão e nunca mais foi vista. Ela destaca que tantos casos são solucionados, mas o da filha não é. “Vivo na agonia, esperando saber onde ela está. Ainda choro muito, mas tenho que reerguer a cabeça porque têm os outros filhos para criar, mas mãe nunca perde a esperança de encontrar um filho desaparecido”.
Catarina Torres frisa que há casos que, embora poucos, com base nas informações da família, há quase a certeza de que o procurado está morto.
Comunicação rápida
A delegada alerta a população para que, ao notar ao constatar que uma pessoa da família desapareceu, que seja imediatamente comunicado a polícia. O registro pode ser feito em qualquer delegacia que depois será encaminhado a DEOPS. Todos os casos são investigados.
Matéria do Á Critica http://www.acritica.com/channels/manaus/news/em-oito-meses-517-casos-de-pessoas-desaparecidas-sao-registrados-em-manaus