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Tucano diz que é um ‘equivoco’ decisão de Temer de manter ministro da Transparência

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BRASÍLIA- Verbalizando a preocupação dos líderes da antiga oposição que hoje integram o governo e passaram o dia recolhidos, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) chamou de enorme equívoco a decisão do presidente interino Michel Temer de manter no cargo o ministro da Transparência, Fabiano Silveira. Ferraço, como alguns dos companheiros tucanos manifestam reservadamente, diz que não está gostando do que está vendo na conduta da cúpula do governo interino, que ainda não percebeu que “esse tipo de erro” não pode ser cometido nesse momento.

— O povo foi para as ruas em função da indignação com o PT, com Lula e contra a forma que o país vinha sendo governado por Dilma. Mas também foi em razão da sua sede de mudança. A decisão de manter o Fabiano é um grande equívoco. Como conselheiro do CNJ é incompatível que ele vá a Janot ouvir conversas e depois levar a quem quer que seja. Ele não fez um ato concreto como ministro, mas teve uma conduta imprópria como membro do CNJ. Isso é insustentável perante a sociedade que quer mudar essas práticas abomináveis — criticou Ferraço.

Ele diz que os erros sucessivos de Temer não podem servir de salvo conduto para a presidente afastada Dilma Rousseff no julgamento o impeachment por crime de responsabilidade já comprovado. Mas não esconde a preocupação com mais essa crise política em três semanas de governo.

Nos bastidores, a avaliação é que depois da divulgação de conversas em que o então membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aparece orientando a defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) na peração Lava-Jato, Temer teria decidido manter o ministro indicado pelo senador alagoano para não criar conflito antes do julgamento final do impeachment na Casa.

Ferraço critica também Fabiano Silveira por “não facilitar” e pedir sua demissão.

O senador tucano diz que os erros de Temer estão deixando a todos muito preocupados.

— Não podemos trocar seis por meia dúzia. Nós demos um duro danado para chegar até aqui e ver Michel com medo de brigar com fulano. Ele não pode brigar é com a sociedade. Estou muito preocupado — desabafou Ricardo Ferraço.

Nos discursos hoje no plenário, petistas aliados a Dilma bateram forte no PSDB pela parceria com Michel Temer e seus erros.

— Se tem alguém em crise é o PSDB. Os tucanos foram os que mais perderam. Eu tenho uma convicção. Se tem alguém que estará fora da sucessão em 2018, esse alguém é o PSDB — criticou Lindbergh Farias (PT-RJ).

— Em apenas três semanas de governo , Temer atravessa mais uma crise gravíssima. O GLOBO acabou de publicar um editorial pedindo a demissão do ministro da CGU. Mas Michel diz que vai manter. Agora temos um presidente provisório e também um ministro provisório — completou o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC).


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