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TRF nega liberdade ao ex-senador Gim Argello

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SÃO PAULO. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) negou pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do ex-senador Gim Argello, preso preventivamente desde o último dia 12 na 28ª fase da Operação Lava Jato. Ele é acusado de ter recebido dinheiro de empreiteiras para evitar que seus dirigentes fossem convocados para depor na CPI da Petrobras. Na época, Argello era vice-presidente da CPI.

Os advogados de Argello argumentaram que não havia provas de que ele recebeu vantagens econômicas para não convocar o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, e que não é mais parlamentar e, portanto, não exerce mais influência política para ser mantido detido.

O desembargador João Pedro Gebran Neto, responsável pelo julgamento dos processos da Operação Lava Jato no TRF4, afirmou que existe material que comprova a ação de Argello, além do depoimento de delação premiada do empresário Ricardo Pessoa e de seu diretor financeiro, Walmir Santana.

“Na época, Ricardo Pessoa e demais empreiteiros não foram, de fato, convocados para depor nas comissões, o que só veio ocorrer em 2015, dessa vez sem a participação de Gim Argello”, disse Gebran no despacho.

Pessoa afirmou que depositou R$ 5 milhões a quatro partidos políticos a pedido de Argello.

Em novo depoimento aos investigadores da Lava Jato, o delator Júlio Camargo afirmou que Argello teria cobrado R$ 5 milhões de cada empreiteira envolvida no cartel da Petrobras. Segundo Camargo, Léo Pinheiro, presidente da OAS, liderou a negociação. A Andrade Gutierrez também participou do acerto com o então senador e o mesmo valor teria sido pedido para outras empreiteiras, como Odebrecht, Queiroz Galvão e Engevix. O senador teria deixado claro que quem não pagasse a propina seria convocado.

A Lava Jato identificou R$ 5,3 milhões que teriam sido pagos a Gim Argello. Uma parte repassada pela UTC (R$ 5 milhões) destinada aos quatro partidos da Coligação União e Força, nas eleições de 2014. Outros R$ 350 mil foram depositados pela OAS na conta da Paróquia São Pedro, de Taguatinga – cidade satélite de Brasília -, frequentada pelo ex-senador.


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