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Testemunha diz que motorista tentou ultrapassagem antes de acidente na Mogi-Bertioga

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SÃO PAULO — A Polícia Civil deve ouvir nesta sexta-feira uma testemunha-chave do acidente com o ônibus que matou 18 pessoas na rodovia Mogi-Bertioga na noite de quarta-feira. Cezar Donizetti Vieira, gerente de um depósito de material de construção, de 54 anos, dirigia na estrada quando teve o carro atingido pelo ônibus. Ele contou que o motorista do coletivo que levava os universitários de volta para casa tentou uma ultrapassagem antes de perder o controle. Na manhã desta sexta-feira, os corpos das vítimas do acidente começaram a ser enterrados em São Sebastião, litoral de São Paulo.

Nesta sexta-feira, muito abalado, Vieira foi espontaneamente à delegacia de Bertioga, que concentra as investigações sobre o caso para prestar depoimento. Ele contou que, naquela noite, voltava de Araraquara, cidade do interior paulista com a esposa e a irmã quando foi atingido pelo ônibus em uma das curvas da rodovia.

— Ou ele tentou me ultrapassar ou se escorar para não virar porque a estrada não tem acostamento. Eu estava a 60 km/h e o ônibus estava mais rápido do que eu. Não ouvi barulho de freio. Só do ferro arrastando na estrada — conta a testemunha.

ABAIXO-ASSINADO

Um abaixo-assinado, ainda não preenchido, pedindo providências para segurança no transporte de estudantes que faziam o trajeto Mogi das Cruzes-São Sebastião foi encontrado entre os pertences das vítimas do acidente nesta sexta-feira.

O documento não tinha ainda assinaturas ou nome do condutor e estava endereçado à secretaria de Educação de São Sebastião, cidade onde a maioria dos passageiros morava. A estudante de Psicologia Aline de Jesus dos Santos, 20 anos, afirmou, no entanto, que o abaixo-assinado era direcionado ao motorista Antônio Carlos da Silva, de 38 anos, que dirigia o coletivo no momento do acidente.

— O abaixo assinado era para ele e com certeza muita gente ia assinar. Ele corria muito — disse a jovem ao chegar à delegacia, onde foi retirar seus pertences.

Muito abalada, Aline, que estava acompanhada dos pais não soube dizer quem era o responsável por organizar o abaixo-assinado. Aos jornalistas, ela relatou que dormia no ônibus quando escutou gritos dos colegas.

— Ouvi alguém dizendo para colocar o cinto e consegui fazer isso antes de batermos — disse ela, que levou 13 pontos na cabeça.

Depois da tragédia, Aline que mora em Juquehy, no litoral norte, decidiu se mudar para Mogi das Cruzes, onde fica a universidade.

— Ela ganhou na loteria — resumiu o pai Renato Ferro.


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