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Teori diz que país está ‘enfermo’ e precisa de ‘remédios amargos’

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BRASÍLIA — Relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki afirmou que o país está “enfermo” e que é necessário ter coragem para ministrar “remédios amargos” para tratá-lo. Em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente interino, Michel Temer, sancionou lei que disciplina o processo e julgamento de mandado de injunção, que cobra do poder público o cumprimento de direitos.

— Estamos passando no Brasil, é preciso reconhecer, momentos de grandes dificuldades. O país está enfermo, às voltas com graves crise de natureza econômica, política e ética. Sem dúvida, é preciso que as enfermidades sejam tratadas, como estão sendo, e tenhamos a coragem de ministrar os remédios amargos quando necessário — disse o ministro, sem mencionar nomes ou a Lava-Jato.

Na semana passada, Teori negou pedidos de prisão de três caciques peemedebistas e correligionários de Temer, por suposta tentativa de obstruir as investigações da Lava-Jato: o presidente do Senado, Renan Calheiros, o senador Romero Jucá — que saiu do Ministério do Planejamento por atacar a Lava-Jato — e o ex-presidente José Sarney. Os requerimentos foram enviados ao STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base nas gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Nesta quinta-feira, a Polícia Federal prendeu Paulo Bernardo, que foi ministro nos governos de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, na Operação Custo Brasil — um desdobramento da 18ª fase da Lava-Jato. Bernardo é casado com a senadora petista Gleisi Hoffmann. A residência do casal em Curitiba foi alvo de busca e apreensão. Policiais federais também cumprem mandado de busca no Diretório Nacional do PT, em São Paulo.

Também estavam na cerimônia o ministro do STF Gilmar Mendes e Ives Gandra, presidente do Tribunal Superior do Trabalho. A lei sancionada pelo presidente interino regula o processo e o julgamento do mandado de injução — ação que cobra do poder público o cumprimento de direitos e liberdades constitucionais. No discurso marcado pelo rebuscamento — em que chegou a ler trechos de um livro jurídico de sua autoria —, Temer disse que a lei assinada é “remédio doce” para o país, em oposição a “remédios amargos” citados por Teori Zavascki.


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