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Temer fecha com Maurício Quintella para Ministério dos Transportes

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BRASÍLIA — Em mais um passo na formação de seu eventual governo, o vice-presidente Michel Temer fechou, nesta quinta-feira, com o PR a nomeação do deputado Maurício Quintella (AL) para comandar o Ministério dos Transportes, caso o Senado decida pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff. Segundo relatos, o acordo foi finalizado durante a tarde, no Palácio do Jaburu, com o convite a Quintella na presença de lideranças do partido.

A ideia inicial de Temer era incorporar à pasta de Transportes as secretarias de Portos e Aviação Civil, que hoje têm status de ministério. Mas, com a dificuldade para atender os diversos segmentos políticos que desejam participar do governo, o vice-presidente decidiu que apenas Aviação Civil integrará o ministério. A pasta de Portos deverá ficar o peemedebista Hélder Barbalho, que a comandava até dias após o impeachment da presidente Dilma Rousseff ser aprovado na Câmara.

Quintella era líder do PR, mas, às vésperas da votação do impeachment, decidiu abdicar do cargo para votar a favor do afastamento da presidente, contrariando a decisão da Executiva do partido.

De acordo com participantes das negociações, o ministério foi oferecido com a “porteira fechada”, ou seja, dando ao partido, que tem 40 deputados, a autonomia para indicar cargos na área em todos os escalões. Para caciques do partido, o arranjo foi considerado satisfatório, pois o PR já ocupa o ministério no governo Dilma e, em eventual governo Temer, pode ter ainda mais espaço na área.

Já com o PP, as negociações estão atravancadas. Michel Temer ofereceu os ministérios da Saúde e da Agricultura, além do comando da Caixa Econômica Federal ao partido, mas insiste na indicação do médico Raul Cutait para o primeiro. A bancada de 47 deputados se ressente pelo fato de Temer querer um “notável” em uma pasta que seria de indicação do PP, enquanto outros partidos menores, como o próprio PR e o DEM, estão conseguindo emplacar deputados sem afinidade com suas áreas para sua configuração de eventual Ministério.

— Só o PP vai precisar ter um notável no ministério? Todos os outros partidos estão indicando deputados, mas nós teremos que aceitar a escolha do Temer? É melhor ficar sem o Ministério da Saúde do que ter lá um ministro supostamente da cota do partido, mas que não conversa com nenhum deputado — afirma um parlamentar do PP.

Na quarta-feira, auxiliares de Temer sinalizaram que o partido corre o risco de ficar sem dois dos espaços prometidos caso insista em nomear um deputado sem afinidade com a área para o Ministério da Saúde. Com as resistências no PP em apadrinhar Raul Cutait para a pasta, a cúpula peemedebista pode deixar a legenda sem o Ministério da Agricultura e o comando da Caixa Econômica Federal.


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