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Temer diz que impeachment de Janot não deve ser levado adiante

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SÃO PAULO – O presidente interino, Michel Temer, afirmou nesta quarta-feira que o impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não deve ser levado adiante. Em entrevista à rádio “Jovem Pan”, Temer disse também que acredita que não ocorrerão novas demissões de ministros em seu governo.

Para o presidente, “não vale a pena” o afastamento do procurador-geral. O Senado recebeu na semana passada um pedido de afastamento de Janot de duas advogadas de Brasília ligadas ao movimento pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.

— Acho que realmente não vale a pena. O presidente Renan já arquivou cinco pedidos de impeachment do procurador-geral. Esse se não me engano é o sexto pedido. tenho a sensação de que não irá adiante — disse o presidente.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, aguarda um parecer da advocacia-geral da Casa sobre o pedido. Janot pediu as prisões de Renan, do ex-presidente José Sarney, do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com base em gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O pedido foi negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Temer evitou criticar Janot por ter pedido as prisões de seus colegas de partido.

— Acho que o procurador fez o papel dele, (embora) eu não saiba quais foram suas razões, mas possivelmente ele está motivado por depoimentos que tem em mãos. E o ministro Teori também fez o dele adequadamente.

Na delação de Machado à Procuradoria Geral da República (PGR), o ex-presidente da Transpetro disse que Temer pediu R$ 1,5 milhão em doações para a campanha do candidato do PMDB a prefeito de São Paulo em 2012, Gabriel Chalita, valor oriundo de propina de fornecedoras da estatal.

Gravações feitas por Machado levaram à demissão dos ministros Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência). O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, também deixou o cargo na semana passada, depois de ser acusado pelo ex-presidente de Transpetro de receber R$ 1,55 milhão de empresas que prestavam serviço para a estatal.

Na entrevista desta quarta-feira, Temer afirmou acreditar que o seu governo não terá novas demissões de ministros.

— Acho que não (haverá novas demissões). Os que caíram pediram demissão. Assim que apareceu alguma coisa eles vieram a mim. Acho que não teremos mais problemas, mas isso não pode atrapalhar nem a governabilidade, nem a crença no país.

O presidente ainda admitiu que a sua condição de interino atrapalha, mas disse estar agindo como se o afastamento de Dilma já estivesse consolidado.

— Tenho me comportado como se fosse um presidente já efetivado porque que está em pauta é o país e o país não pode parar.

Temer afirmou também na entrevista que espera sancionar ainda nesta quarta-feira a lei de responsabilidade das estatais, aprovada no Senado na terça-feira.

— Quero fazer isso para iniciar as nomeações para as estatais.


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