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Senador petista defende que Dilma tome o controle no processo de nova eleição

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BRASÍLIA – O senador Jorge Viana (PT-AC) defendeu nesta segunda-feira que a presidente Dilma Rousseff assuma a frente política do movimento pela antecipação da eleição presidencial. O GLOBO antecipou nesta segunda-feira que Dilma Rousseff deve enviar nos próximos dias ao Congresso uma proposta de emenda constitucional que estabelece novas eleições em 2 outubro. Viana disse que este seria um último gesto de Dilma antes dela ser afastada. Isto porque, ele afirma, a comissão especial do Senado é um “faz-de-conta” onde o afastamento deve ser aprovado, levando-se em conta os votos antecipados à imprensa. O senador ainda reagiu às críticas feitas às ações da presidente que aumentam os gastos do governo, como o anúncio do aumento do Bolsa Família.

— O ideal é que a presidente Dilma propusesse isso, a antecipação da eleição presidencial, e que houvesse um entendimento com o Congresso. O impeachment não é a solução para a crise. Nova eleição é a solução para pacificar o país — disse Viana.

O petista, que conversou sobre o assunto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, admitiu que é preciso haver uma mudança da atual situação política para se aprovar uma PEC neste sentido. Ele reconheceu que nem mesmo os movimentos sociais apoiam essa iniciativa. Parte dos movimentos, como MST, é contra.

Viana criticou a postura do vice-presidente Michel Temer e ainda declarações do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que na semana passada já criticava a ideia de nova eleição. Para isso, Dilma e Temer teriam que renunciar.

Parte do PMDB se refere à ideia como um “delírio”, lembrando que Dilma não obteve nem os votos suficientes para barrar o impeachment. Para se aprovar uma PEC, são necessários 3/5 dos votos (308 votos na Câmara e 49 no Senado), em duas votações nas Casas.

O raciocínio dos defensores da proposta é o de que Temer não conseguirá ter legitimidade para o governo e que, diante disso, haverá uma pressão popular em alguns meses para a nova eleição.

— Temer e Jucá ficam falando que isso sim é golpe. É criminoso eles falarem isso — reagiu o petista.

Irritado, Viana foi contundente ao dizer que Dilma não faz pauta-bomba. Nesta segunda-feira, o governo aumentou o IOF para dólar em espécie.

— Dilma não faz pauta-bomba, faz pauta que beneficia o país. A pauta-bomba está por vir. Um governo ilegítimo de Temer, com Eduardo Cunha (presidente da Câmara) — atacou o senador petista.

CRÍTICAS DA OPOSIÇÃO

O presidente nacional do DEM e líder da oposição no Senado, José Agripino (RN), classificou a proposta de novas eleições como “melancólico fim de governo”.

“Suplementações de última hora, renúncia disfarçada de nova eleição, bondades antes negadas à classe média. Tudo para preencher o tempo de quem não tem mais o que fazer”, afirmou o senador, por meio de nota.


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