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Renan recebe Lula antes de se encontrar com Dilma

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BRASÍLIA — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, na tarde desta terça-feira, com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em Brasília. O petista chegou à residência oficial do senador, no Lago Sul, às 15h, e ficou por pouco mais de uma hora. Ele foi acompanhado do ex-ministro Luiz Dulci, diretor do Instituto Lula, e de Ricardo Amaral.

O último encontro dos dois aconteceu antes da votação do impeachment na Câmara, também na residência oficial do Senado, quando Renan deu um exemplar da Constituição para o ex-presidente.

Após o encontro, Renan, ainda considerado um dos aliados do governo, se encontrará com a presidente Dilma Rousseff. Na quarta-feira, será a vez de Renan se encontrar com o vice-presidente Michel Temer, às 11h.

Na segunda-feira, Renan Calheiros, enviou um ofício a Dilma informando-a da eleição da comissão especial do impeachment, abrindo espaço para que ela se manifeste no processo, se desejar, desde que haja respeito aos prazos estabelecidos.

A comissão do Senado deverá votar o parecer até o dia 11 de maio.

MOVIMENTOS PRÓ-DILMA

Antes de se reunir com Lula, Renan esteve com integrantes de movimentos sociais, como MST e UNE. As entidades estavam representando a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo. Na saída do encontro, o coordenador do MST, João Pedro Stédile, disse que Renan garantiu que o Senado conduzirá de forma isenta o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e que será dado amplo direito de defesa.

Stédile disse que os movimentos manterão intensa mobilização no Primeiro de Maio e que reagirão caso ocorra “um golpe” e a presidente Dilma seja afastada.

— Trouxemos 322 manifestos da sociedade brasileira para dizermos claramente que somos contra o golpe. Recebemos a palavra do presidente do Senado com muito otimismo. Ele foi claro, objetivo, disse que vai garantir o rito democrático e que o Senado julgará o mérito — disse Stédile, avisando:

— Permaneceremos na rua. Vamos fazer uma paralisação nacional na próxima semana. Vamos transformar o Primeiro de Maio no Dia Nacional de Reflexão e Luta.

Segundo participantes do encontro, Renan repetiu que não fará nada que comprometa sua biografica, repetindo que não correrá o risco de ser chamado de “canalha”, como foi o ex-presidente do Congresso em 1964, Auro de Moura Andrade, quando declarou vago o cargo de presidente da República, sendo o fato estopim do golpe militar. Na época, Moura Andrade foi chamado de canalha pelo então senador Tancredo Neves.

— O presidente Renan assegurou aos movimentos direito à defesa e respeito aos ritos. E disse que não repetiria Auro de Moura Andrade — contou Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Já as entidades estudantis disseram que haverá paralisação já nesta quinta-feira (28).


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