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Renan: ‘Não é crime você ter opinião, pensar e achar’

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BRASÍLIA – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse na tarde desta quinta-feira que não existe crime de opinião no Brasil e que ele tem direito de “pensar e achar”, numa referência aos diálogos gravados pelo ex-presidente da Transpreto, Sérgio Machado, e ao responder sobre o pedido de sua prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Renan disse que o país vive um momento de “histeria” e que quando se cometem barbaridas contra instituições, que seria o Senado, é a democracia quem perde. O discurso de Renan foi no sentido de dizer que não é ele que está sendo atingido e sim o próprio Senado enquanto instituição.

— Toda vez que acontece uma barbaridade contra a pessoa, a democracia corrige. Pode até demorar, mas corrige. O grande problema é quando essa barbaridade é contra as instituições. Aí ninguém corrige, perdem-se os avanços conquistados. É, portanto, recomendável ter calma, mas permanecer com esse olhar. E sou responsável por meus atos e minhas opiniões. Não há delito de opinião no Brasil.

— Não há delito de opinião no Brasil — disse Renan, sendo enfático: — Não é crime você ter opinião, pensar, achar.

Renan ainda foi irônico ao negar a existência de um acerto entre os partidos para não aprovar em plenário os eventuais pedidos de prisão, caso sejam concedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os partidos, governistas e de oposição, saíram em defesa de Renan anteontem, achando que as gravações não justificariam o pedido de Janot, que também pediu a prisão do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-presidente José Sarney.

— Não temos sequer informação do conteúdo das delações, como pensar em preparar acordo? Isso é uma coisa absurda, inusitada como a histeria em que vivemos — disparou Renan.

O presidente do Senado disse que “esse é um momento esperar que as instituições decidam e que está “absolutamente sereno”.

Ao desejar bom final de semana aos jornalistas, Renan ainda acabou brincando que ele estaria esperando ligações, num momento em os políticos evitam falar muito ao telefone com medo de gravações:

— Pessoal, bom final de semana para vocês, mas vamos nos falando. Não deixem de me ligar, hein?!

O líder do governo Temer no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), voltou a dizer que as gravações divulgadas não justificam o pedido contra Renan.

— Isso de acordo não tem pé nem cabeça. O que há em todos os senadores, de governo e oposição, é perplexidade. Qual o fundamento jurídico para pedido? Que o Supremo decida isso logo — disse Aloysio.


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