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Renan chama de ‘delírio’ delação de Delcídio Amaral

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BRASÍLIA – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chamou de “delírio” a delação do senador Delcídio Amaral (MS), que pediu nesta terça-feira a desfiliação do PT, inclusive as afirmações relativas à gravação feita por um assessor com ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Investigado na Lava-Jato, Renan disse que as penas deveriam ser agravadas quando não forem comprovadas as acusações feitas nas delações premiadas. O presidente do Senado desmentiu os trechos da gravação, afirmando que não foi procurado por Mercadante e que o Senado votou da mesma forma que o Supremo Tribunal Federal, ou seja, em favor da prisão do Delcídio.

— Não tenho nenhuma preocupação com essas delações, muito mais com a delação, com o delírio do senador Delcídio Amaral. Esses delírios que estão chamando de delações não confirmam nada, absolutamente nada, porque não têm nenhuma prova. Acho até que, quando não confirmar, tem que agravar a pena. Esse é um aprendizado que podemos ter nesse curto período de validade de delação no Brasil — disse Renan.

Renan ficou irritado ao ser perguntado sobre pontos em que apontavam sua relação com o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) e com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.

— Isso é um delírio do senador Delcídio que não merece nem resposta. Não tenho relação imprópria com ninguém, Nunca cometi nenhuma irregularidade. ele antes de qualquer coisa deveria prová-la. É um delírio. Essa coisa do senador Delcídio é um delírio, uma degradação pessoal que essas coisas quando acontecerem – 400 páginas de delírios – isso deveria agravar a pena e não isentar esse tipo de pessoa que faz esse tipo de acusação — disse Renan.

Renan disse que Mercadante não falou com ele sobre o caso de Delcídio. E evitou criticar o ministro e comentar uma pressão por sua demissão.

— Com relação a mim, ele não falou, não falaria e a decisão do Senado que aconteceu foi pública, em favor da decisão do Supremo Tribunal Federal. Não acompanhei o desdobramento dos fatos com relação ao ministro Mercadante. Só posso dizer que com relação a mim ele não falou, não falaria e não teria absolutamente nenhum sentido, a decisão que o Senado tomou foi favorável a do Supremo. Em nenhuma circunstância falou comigo, não me procurou e acho que não me procuraria para isso — disse Renan.

ENCONTRO COM DILMA
E IMPEACHMENT

Ao ser perguntado se seria aliado do governo mesmo durante a tramitação do processo de impeachment, Renan repetiu o discurso de que será sempre isento como presidente do Legislativo.

— O governo e o país contarão sempre com a minha independência e com a minha isenção. Eu acho que o papel do presidente do Senado é exatamente esse, garantir a independência, a isenção, a governabilidade, o funcionamento do país. O impeachment, se for o caso, e essa for a decisão do STF, ele vai tramitar primeiro na Câmara então, como presidente do Senado, eu não posso, absolutamente, antecipar nenhuma etapa — disse o senador.

Renan voltou a dizer que não é governo ou oposição e sim presidente do Senado. Ele disse que se encontrou com a presidente Dilma Rousseff para discutir a agenda do país.

— Definitivamente não sou nem governista nem oposicionista. Sou presidente do Congresso Nacional e tenho procurado me pautar por equilíbrio, isenção, responsabilidade. A presidente não pediu, ela conversou, fez uma avaliação, como ela sempre faz. Foi uma conversa conjuntural da presidente da República com o presidente do Senado. E tratamos das questões que tanto ela quanto eu consideramos do dia a dia — disse Renan.

Ele desconversou com a nomeação do ex-presidente Lula como ministro, mas disse que é uma decisão da presidente Dilma. Perguntado se encontraria Lula novamente, Renan disse que está sempre disposto a conversar com o ex-presidente.

— Eu não tenho absolutamente nenhuma informação com relação a composição do governo, eu pelo contrário fiz questão de não participar desse tipo de conversa, para que o presidente do Congresso Nacional não perdesse a isenção — disse Renan, afirmando que não foi procurado nessas horas por Lula.

MANIFESTAÇÃO DAS RUAS

O presidente do Senado disse que não viu manifestações contra ele ou outros políticos e preferiu falar da importância dos protestos de domingo.

— Engraçado. Teve um cartaz, mas eu não vi. Acho que essa manifestação tem que ser levada em conta, é expressiva, foi pacífica e, dentro do aprendizado democrático e desse período constitucional, ela tem sim que ser levada em consideração.Ela foi, sobretudo, pacífica e indicou claramente quais os objetivos da mobilização — disse ele.


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