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PSB decide apoiar impeachment e fecha pacto para votar a favor na comissão

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BRASÍLIA – A Executiva nacional do PSB aprovou um documento recomendando suas bancadas a votar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, apesar dos apelos do ex-presidente Lula e do ministro da Advocacia Geral da União (AGU) , José Eduardo Cardozo, para que o partido se mantivesse neutro. Apesar de não fechar questão para os votos em plenário, foi fechado um pacto para que nesta segunda-feira os quatro membros do partido votem a favor da admissibilidade na comissão processante. Quem não quiser votar a favor, será substituído pelo suplente.

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que o partido não tem tradição de fechar questão e, embora equivocada, respeita a decisão da minoria que é contra o impeachment, entre eles os senadores Lídice da Mata (BA) e João Alberto Capiberibe (AP).

— Temos relatos de muitos companheiros que estão sofrendo uma pressão muito grande do governo para que o PSB aprove a posição de neutralidade. Mas achamos que um partido político não pode ser neutro diante de tamanha gravidade da situação do país. Portanto, a decisão amplamente majoritária é no sentido dos deputados votarem a favor do impeachment na comissão e no plenário. Temos tradição de respeitar as minorias, mas a recomendação é votar sintonizado com as ruas e a sociedade — disse Siqueira.

O líder da bancada, Fernando Coelho (PE), foi instruído a enquadrar o deputado Bebeto (BA), que resiste a votar pelo impeachment hoje na comissão, por suas ligações com o ministro Jaques Wagner (Chefe de gabinete da Presidência). Se ele decidir votar contra, será substituído pelo suplente.

Além de Bebeto, que não quer votar pela aprovação, outros três deputados do PSB que integram a comissão já anunciaram o voto pelo impeachment: Fernando Coelho (PE), Danilo Forte (CE) e Tadeu Alencar (PE).

Antes da aprovação do documento na reunião interna da Executiva, Bebeto saiu para telefonar para um interlocutor e avisou:

— Então me retiram e eu crio um fato político — confidenciou o socialista baiano.

Na reunião, Bebeto ouviu um recado duro do vice-presidente Beto Albuquerque.

— Se está pipocando e não tem coragem de votar com o partido, sai que o suplente vota e vai se explicar para as ruas. O pacto é que os quatro votem a favor do impeachment na comissão — disse Beto Albuquerque.

O presidente Carlos Siqueira defendeu veementemente a aprovação do impeachment de Dilma, alegando que ela não tem mais condições de governar e perdeu de forma muito rápida a legitimidade do voto. Mesmo se posicionando contra o impeachment hoje, os senadores Lídice e Capiberibe devem votar com o partido, se o impeachment chegar ao Senado.

— Me agradaria mais se o partido não tivesse se posicionado a favor do impeachment nesse momento. Se for aprovado, vai agravar muito a crise — defendeu a senadora Lídice da Mata.

Além dela e de Capiberibe, se posicionaram contra o afastamento da presidente o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho. O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg se absteve, com o argumento de precisar ter isenção para comandar o esquema de segurança em Brasília, durante a votação.


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