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Protesto contra Temer em SP tem presença de Lula e fecha a Paulista

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SÃO PAULO e RIO — Pelo menos 24 estados do país e o Distrito Federal registram atos contra o presidente em exercício Michel Temer nesta sexta-feira, segundo o G1. Atos ocorrem ou ocorreram em Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins, além do DF.

O presidente Lula chegou à manifestação na Avenida Paulista por volta das 19h15m, acompanhado pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto e por pelo menos seis seguranças. Além deles, estava no ato o presidente nacional do PT, Rui Falcão. O movimento, organizado pela Frente Brasil Popular, não contou com a presença do prefeito petista Fernando Haddad nem de outros expoentes do partido. Sorridente e trajando um terno cinza, antes de falar, Lula distribuiu abraços e fez selfie com militantes em cima do caminhão. Em discurso, voltou a falar na possibilidade de ser candidato à Presidência da República em 2018.

Nem mesmo o grito de Fora Temer foi massivamente entoado pela multidão, que só gritava em coro em reação aos acenos de Lula: “olê, ole, ole, olá, Lula, Lulá”.

Antes do discurso de Lula, Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares chamou o governo Temer de “ação entre quadrilhas”, em alusão à fala do presidente interino de que seu governo não era uma ação entre amigos. Vereadores de partidos aliados e lideranças sociais tomaram o microfone durante todo o tempo anterior à fala de Lula e o caminhão ficou tão cheio que o locutor do ato chegou a dizer “isso aqui vai virar”.

Um dos oradores pediu apoio a José Dirceu, que foi chamado de “preso político”. Apenas palmas esparsas foram ouvidas. No vão livre do MASP, um grupo de militantes fazia o enterro simbólico do presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha. Cartazes de “fora Temer” se espalhavam pela avenida. Guilherme Boulos do MTST disse que Temer e Cunha azedaram o refogado produzido nas panelas da classe-média, em referência aos panelaços de que a presidente afastada Dilma Rousseff foi alvo.

OUTROS ESTADOS

Os protestos foram convocados por movimentos sociais e sindicatos. Além de críticas ao governo federal, os manifestantes apresentaram reivindicações específicas das categorias. No Rio, cerca de 20 mil pessoas participara do ato na Cinelândia, no Centro, segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT). A Polícia Militar, no entanto, não divulgou uma estimativa. As avenidas Presidente Vargas e Rio Branco chegaram a ser fechadas pelo grupo.

Na Bahia, manifestantes caminharam pelo centro de Salvador contra o presidente interino. Em Fortaleza, no Ceará, pediram o retorno da presidente afastada. Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST) bloquearam ruas do centro de Curitiba, capital do Paraná. em Santa Catarina, cerca de 500 pessoas se reuniram na região central de Florianópolis.

Em São Paulo, pela manhã, integrantes do MTST e outros movimentos sociais interditaram o km 154 da BR-153, a Transbrasiliana, na cidade de Promissão. Os dois sentidos da rodovia foram bloqueados por quase três horas.

Em Alagoas, os manifestantes que gritavam “Fora Temer” ocuparam um edifício que abriga diversos órgãos nacionais, como Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a delegacia federal do antigo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), hoje incorporado à Casa Civil. O grupo começou a concentração na Praça do Centenário, no bairro do Farol, em Maceió, e saiu em caminhada até o Centro. Um prédio do Incra em Palmas, no Tocantins também chegou a ser ocupado, mas os manifestantes deixaram o local durante a tarde.

Na capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, um protesto de professores por garantias de direitos acabou se transformando em manifestação contra Temer e percorreu as principais ruas da cidade. “Michel Terror”, um boneco batizado com esse nome, foi carregado à frente da caminhada.

Em Campina Grande, na Paraíba, as principais insatisfações eram com as mudanças na previdência. Segundo a organização, mil pessoas participaram da caminhada. A Polícia Militar só acompanhou o encerramento da manifestação e diz que eram 400 participantes.

No Rio Grande do Norte, o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro/RN) interditou o trecho do Km 46 da BR-304, em Mossoró, pela manhã. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, cerca de 200 manifestantes participaram do ato. A rodovia foi liberada às 8h40m.

ABERT CONDENA ATAQUES A EMISSORAS

Duas afiliadas da TV Globo foram atacadas durantes os protestos contra o governo interino de Michel Temer. Em Palmas, no Tocantins, um grupo de manifestantes se concentrou em frente à TV Anhanguera. Alguns manifestantes atiraram, na fachada da emissora, ovos, tinta e um ácido que deixou três pessoas feridas. Entre elas estava um segurança particular que estava na entrada do prédio. A Polícia Militar tenta localizar os possíveis responsáveis pela agressão.

Em Fortaleza, manifestantes ocuparam a recepção da sede da TV Verdes Mares, afiliada da Globo no Ceará. Gritando palavras de ordem, eles tentaram invadir o prédio, mas foram impedidos pela segurança. Os manifestantes deixaram o local cerca de 20 minutos, sem intervenção de policiais ou funcionários da afiliada.

Em nota, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) afirma que as emissoras “cumprem o papel de informar com isenção e qualquer tentativa de intimidação é uma afronta à liberdade de imprensa e de expressão”.


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