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Primeiro secretário da Câmara entrega notificação de Dilma

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BRASÍLIA – O primeiro secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), entregou a notificação da abertura de processo de impeachment no fim da tarde desta quinta-feira no Palácio do Planalto. Ele esperava ser recebido pelo ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), mas acabou entregando a documentação ao subchefe de Assuntos Parlamentares da pasta, Danilo Genaro de Souza. Segundo Mansur, o ministro não explicou por que não o recebeu.

— Deveria ter recebido. Não deu nenhuma justificativa ou informação do motivo pelo qual não me recebeu — disse o parlamentar.

Ele enfatizou, no entanto, que a partir da notificação, o prazo na Câmara para análise do afastamento de Dilma começa a contar. São as dez sessões para análise e votação do afastamento pela comissão. Apesar de Mansur ser recebido pelo subchefe, a presidente Dilma estava despachando em seu gabinete, um andar abaixo do ministro.

A comissão eleita nesta quinta-feira é composta por 65 titulares e 65 suplentes de 24 partidos da Casa. O deputado saiu da Câmara e foi a pé até o Planalto acompanhado de

DELAÇÃO DE DELCÍDIO

Entre os documentos entregues no ato de notificação, foi incluída a íntegra da delação premiada do ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral. Segundo o documento de notificação, lido no Salão Verde, em coletiva, pelo primeiro-secretário da Câmara, a íntegra foi incluída a pedido dos autores do pedido de impeachment.

— É também remetida cópia da documentação anexada à referida denúncia a pedido dos seus autores consistente na íntegra da colaboração, delação premiada, firmada entre a Justiça Pública Federal, e o senhor Delcídio do Amaral, ex-líder do governo no Senado Federal. Foi aceito a pedido dos denunciantes do primeiro processo, foi aceito pela Câmara o pedido dele, não foi incluso pela Secretaria ou por Eduardo Cunha — leu Beto Mansur, ainda na Câmara, antes de entregar os documentos.

O primeiro secretário afirmou que a delação de Delcídio fazia parte do pedido de impeachment apresentado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaina Paschoal.

— Faz parte da denúncia do Hélio Bicudo o que foi denunciado na delação do senador Delcídio Amaral. Estamos levando o conjunto dessas peças. Foi juntada a delação do Delcídio. Nós estamos enviado tanto aquilo que foi lido em plenário e uma nova informação, que a delação premiado do Delcídio Amaral. As peças estão juntas. A presidente vai poder questionar o que ela quiser, inclusive essa juntada — disse Mansur.

Ontem, em entrevista coletiva, indagado pela impresa se o pedido de impeachment poderia ser aditado com novos elementos, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que não iria considerar o aditamento, mas que o relator da comissão poderia usá-la como subsídio para elaborar seu relatório. Na delação, o senador cita Dilma e Lula e diz que Dilma agiu para interferir na Operação Lava-Jato.

— Pode ter novo pedido de impeachment. Aditamento nesse momento, não vou considerar. Depois, quando for para comissão especial, o aditamento pode ser feito pela própria comissão especial. Caberá ao relator conduzir o processo. Nesse momento não for considerar aditamento ao processo de impeachment, porque teria de ter um novo despacho, uma nova leitura, uma nova criação de comissão, tudo isso ser feito de novo e eu não pretendo fazê-lo. Aditamentos que por ventura entrarem eu não despacharei e os submeteria para a comissão especial, que faça o que quiser com ele — disse Cunha na quarta-feira à noite.

(*Estagiário sob supervisão de Isabel Braga)


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