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PGR decide investigar Dilma, Lula e Mercadante

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BRASÍLIA – A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu investigar a presidente Dilma Rousseff para apurar se houve crime na tentativa de nomear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil e na indicação do ministro Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A PGR decidiu investigar ainda o ex-presidente Lula, no inquérito principal da Lava-Jato, e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT).

A investigação sobre a presidente Dilma, que depende de autorização prévia do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), seria por embaraço às investigações sobre organização criminosa. A decisão em favor das investigações de Lula, por sua vez, tem como base a delação premiada do senador Delcídio Amaral (Sem partido-MS) e as gravações de conversas entre Lula e aliados, entre eles a presidente. As gravações foram realizadas pela Polícia Federal em inquérito oficiado pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Em uma das conversas, Dilma fala com Lula sobre a posse do petista na Casa Civil. A presidente diz que enviará o termo de posse por um emissário e que Lula só deveria usar o documento em caso de necessidade. A equipe de procuradores responsável pelas investigação da Lava-Jato em Brasília considerou a conversa comprometedora. Dilma estaria tentando promover Lula a ministro para, com isso, tirá-lo do alcance das investigações da força-tarefa do Ministério Público Federal sobre ele e outros dirigentes do PT. Para investigadores, poderia estar configurada na ação da presidente uma tentativa de embaraço às investigações da organização criminosa.

Contra a presidente, pesou também na decisão da PGR um dos depoimentos em que Delcídio acusa Dilma de nomear Marcelo Navarro para o STJ com a missão de tirar da prisão o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrech, detido em Curitiba desde o ano passado.

Quanto a Mercadante, a decisão pela investigação tem como base uma conversa com um assessor de Delcídio Amaral, na qual o ministro pergunta o que poderia fazer para ajudar a família do senador que, naquele momento, estava preso e prestes a assinar um acordo de delação premiada. Para os investigadores, Mercadante estaria ineressado em demover Delcídio da delação.

Delcídio não apresentou provas da acusação, mas procuradores consideram necessário colocar a questão em pratos limpos. Procurada pelo GLOBO, a assessoria de imprensa da PGR disse que não confirma a informação de que houve decisão pelas investigações de Dilma, Lula e Mercadante.


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