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PF prende empresário e prepara denúncia contra governador de Minas

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BRASÍLIA — A Polícia Federal prendeu o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, ligado ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), na Art Du Vin, no Lago Sul, em Brasília. A ordem de prisão preventiva foi expedida pelo ministro Herman Benjamin, relator da Operação Acrônimo, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pode complicar a situação de Pimentel. A Procuradoria-Geral da República deverá em até duas semanas denunciar o governador e o empresário por corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros crimes.

Oliveira é acusado de cobrar propina para intermediar liberação de financiamentos públicos ou obter isenções fiscais para determinadas empresas no período em que Pimentel era ministro do Desenvolvimento. Uma das empresas contempladas com benefícios seria, segundo a investigação, a Caoa, representante da Hunday no Brasil. Entre os papéis apreendidos numa das primeiras fases da Operação Acrônimo, a polícia descobriu um contrato entre a Hunday e o empresário. Segundo a polícia, seria um falso contrato de consultoria para camuflar pagamento de suborno.

A ordem de prisão foi expedida com base em informações fornecidas pela polícia. Oliveira estaria maquiando dados de contabilidade de uma de suas empresas para atrapalhar as investigações da Operação Acrônimo. A operação teve início em outubro de 2014. Depois de participar da campanha que resultou na vitória de Pimentel ao governo de Minas, Oliveira foi preso, no aeroporto de Brasília, com R$ 116 mil em espécie. Como o empresário não soube explicar a origem do dinheiro a o polícia abriu uma investigação para apurar a atuação dele na campanha do governador.

As suspeitas sobre a relação entre Pimentel e Oliveira aumentaram depois da descoberta de que o empresário pagou despesas da ordem de R$ 12,1 mil para o governador e a mulher dele, Carolina Pimentel, num resort na Bahia em 2013. Naquele período, o governador ainda era ministro do Desenvolvimento. Na semana passada, a Polícia Federal indiciou o governador por corrupção passiva, envolvimento em organização criminosa, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. O indiciamento foi autorizado previamente por ministro Benjamin Herman.

A pedido da vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, o relator do caso também cassou a fiança paga por Oliveira para se livrar da prisão, logo na primeira fase da operação. O advogado José Luís Oliveira Lima, responsável pela defesa de Oliveira, criticou a ordem de prisão expedida contra o empresário. Segundo ele, a prisão preventiva é uma medida muito drástica, que só deveria ser aplicada em situações excepcionais.

— Infelizmente a prisão preventiva virou regra no país. O fato mencionado nesta decisão (ordem de prisão) estava nos autos desde 2015. Não há nenhum fato novo que justifique medida de exceção. Meu cliente sempre esteve a disposição da Justiça — afirmou.

O advogado disse que, na próxima semana, entrará no STJ com um pedido de habeas corpus para Oliveira.


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