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PF encontra objetos pessoais de Lula e Marisa em sítio de Atibaia

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CURITIBA E SÃO PAULO – Peritos da Polícia Federal (PF) que estiveram no sítio de Atibaia, interior de São Paulo, durante as investigações da Lava-Jato encontraram uma série de pertences relacionados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à primeira-dama Marisa Letícia. Em seu relatório, porém, eles não citam nenhum objeto que possa ser relacionado a Jonas Suassuna e afirmam ter achado apenas um documento em nome de Fernando Bittar. Suassuna e Bittar são os donos oficiais da propriedade, segundo registro em cartório. Para a PF, há evidências de que o casal Lula “exercia o uso doas principais instalações e benfeitorias do sítio”.

A defesa do ex-presidente nega que Lula seja o proprietário do sítio e diz que ele apenas frequenta a propriedade, que foi adquirida por Bittar e Suassuna sem que ele soubesse, em 2010. Documentos das diárias pagas pela Presidência da República aos seguranças de Lula mostram que ele visitou o local 111 vezes entre 2012 e 2015.

Entre os itens localizados pelos peritos estão camisetas de futebol com o nome de Lula e o número 13, produtos de farmácia de manipulação em nome de Marisa Letícia, fotos do casal, banners de Lula, um cartão de Natal enviado ao casal pelo ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, um barco com a inscrição “Lula & Marisa”, além de caixas ainda fechadas com símbolo da transportadora “5 Estrelas”, que teriam saído da Presidência da República. Também foram encontrados indícios de que os militares que fazem a segurança do ex-presidente frequentam a propriedade, segundo a PF.

Em todo o documento, os peritos criminais Alessandro Franus, João José de Castro Vallim, Ior Canesso Juraszer, Fernando Nadal, José Antonio Schamne e Luiz Spricigo Junior fazem uma única citação a Bittar. Foi encontrada, em uma prateleira, croquis da reforma do sítio em nome dele. Os croques estavam dentro de uma pasta com o nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia da Silva e a inscrição “em mãos”. Na pasta, há uma lista com o título “Relação das Caixas Enviadas para o sítio e o seu conteúdo”, que, segundo a PF apresentam uma lista dos itens da mudança de Lula quando saiu da Presidência.

Segundo os peritos, “foi constatado que o casal Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia Lula da Silva exercia o uso das principais instalações e benfeitorias do sítio. Igualmente, foram efetuadas adaptações, instalações de itens de conforto e personalização de objetos decorativos destinadas às demandas específicas do ex-presidente e sua família”.

Entre as melhorias feitas ao sítio, os peritos citam: uma adega, “construída para acomodar centenas de garrafas de bebidas”, instalações de sistema de segurança em todo o sítio, com instalação, inclusive de botões de pânico”, e um “depósito utlizado para armazenamento de caixas diversas que (…) relacionavam-se à mudança do ex-presidente Lula.”

Ao responder se é possível encontrar evidências que possam indicar o uso do imóvel por Bittar e Jonas, os peritos escreveram que não. “Não foi identificado qualquer objeto de uso pessoal que pudesse indicar o uso do imóvel” pelos proprietários oficiais do local.

CASEIRO DIZ QUE SÍTIO NÃO É DE LULA

O caseiro Élcio Pereira Vieira, o Maradona, declarou que o sítio Santa Bárbara não é de Lula e que o ex-presidente esteve lá no fim do ano e no carnaval. Segundo Maradona, Lula costuma ir ao local acompanhado de Bittar e sozinho. Quando vai só, diz o depoimento de Maradona, Bittar avisa o caseiro que o ex-presidente irá se hospedar no local. “Lula nunca ligou diretamente para o declarante; nenhum outro membro da família Lula ligava para o declarante”, relata o termo de depoimento.

Maradora confirma que Lula e Marisa deixavam, no quarto principal do sítio, “pertences pessoais, como roupas e produtos de higiene, para utilização durante suas estadas na propriedade”. Segundo ele, amigos de Bittar também utilizavam o mesmo cômodo. De acordo com as declarações do caseiro, Bittar paga seu salário e fornece dinheiro para pagar o combustível de seu carro. Bittar coordenou, segundo Maradona, as seguintes reformas: instalação de uma estação de tratamento sanitário há dois anos, um gerador, tampou a piscina e consertou vazamento que havia no lago entre 2012 e 2013.

A PF também ouviu escriturários do 23º Tabelião de Notas, onde foi registrada a compra e venda do sítio. O cartorário João Nicola Rizzi afirmou que o advogado Roberto Teixeira utilizava seus serviços frequentemente e que “é comum serem colhidas assinaturas das escrituras fora do tabelionato”. O contrato de compra e venda foi assinado no escritório de Teixeira.


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