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PDT protocola pedido de investigação contra Jucá no Conselho de Ética

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BRASÍLIA – O PDT protocolou nesta terça-feira denúncia contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR) no Conselho de Ética da Casa. O objetivo é que o colegiado se debruce sobre a gravação que levou Jucá a deixar o Ministério do Planejamento. No áudio, o senador conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e fala em um pacto com objetivo de parar a Operação Lava-Jato. Jucá responde a inquéritos no STF no âmbito da Operação.

Apesar de a ação contar com a assinatura do presidente do PDT, Carlos Lupi, além do senador Telmário Mota (PDT-RR), o documento foi entregue como denúncia. Por isso, para que se possa levar à cassação de mandato de Jucá o Conselho teria de previamente convertê-la em representação, por decisão da maioria do colegiado.

A primeira fase, porém, será um juízo de admissibilidade individual do presidente do Conselho João Alberto (PMDB-MA), que poderá determinar até o arquivamento. Nesse caso, caberia recurso ao colegiado para levar o processo adiante.

“Em todos os momentos da gravação, há um claro propósito de que o novo governo, com o vice-presidente Michel Temer, resolva os “problemas” que a “Operação Lava Jato” acarretou à classe política tradicional no Brasil. Além disso, os áudios demonstram a opinião do senador de que seria necessário afastar a Presidente da República, Dilma Rousseff, para que a sangria da “Operação Lava Jato” seja estancada”, diz trecho da denúncia protocolado.

O documento compara a situação de Jucá a de Delcídio Amaral, que foi cassado no dia 11 deste mês por 74 votos a 0 no plenário do Senado. A base do processo contra o senador cassado foi uma escuta feita por Bernardo Cerveró na qual o senador buscava evitar que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, pai de Bernardo, fizesse um acordo de delação premiada.

JUCÁ CRITICA ATAQUES

Novamente senador no exercício do mandato, Jucá (PMDB-RR) fez ataques aos partidos e parlamentares que defendem que seja investigado no Conselho de Ética e, por consequência, tenha seu mandato cassado. Jucá chamou PT, PDT e PCdoB – partidos que apoiam o retorno de Dilma Rousseff à presidência – de vanguarda do atraso. O peemedebistas voltou a dizer que as declarações que levaram à sua saída do governo não são novidades e que já as repetiu em entrevistas a vários veículos de comunicação. Jucá fez ataques ao senador Telmário Motta (PDT-RR) e o presidente do PDT, Carlos Lupi. Os dois partidos querem que ele responda no conselho.

— Quero dizer que não fiz nada de errado. O que disse ao Sérgio Machado disse a diversos órgãos. Quanto à representação no Conselho de Ética, que é legítimo representar, mas se fomos ver os autores..Um deles é um bandido. O senador Telmário Motta. A mulher dele está sendo presa hoje. Ela roubou dinheiro na Assembleia Legislativa para sustentá-lo. É um desqualificado. Outro é o Lupi, que não merece comentário. Partindo do PDT, qualquer representação é brincadeira — disse Jucá, em entrevista, logo após discursar no plenário da sessão do Congresso.

Ele disse que vai exercer o mandato com muita segurança e que fará o embate com os opositores.

— Faremos o embate com petistas, fundamentalistas, irresponsáveis. Já atrapalharam muito o Brasil. Não vamos deixar acontecer mais isso.

Sobre as medidas econômicas, Jucá afirmou que não haverá aumento de imposto e que, a curto prazo, é preciso adotar outros caminhos.

— Não há aumento de imposto. No cenário de curto prazo é preciso melhorar o ambiente econômico, garantir a segurança jurídica. Aumentar imposto num quadro de depressão econômica e de alto desemprego é piorar o quadro econômico. E vamos criar alternativa para que o Brasil possa crescer, gerar empregos e não mais, como fez o governo passado, oprimir e massacrar a sociedade — disse o senador.

Jucá disse ainda que o governo interino de Michel Temer está cancelando o empenho de R$ 500 milhões feitos em ministérios, na gestão de Dilma. E também revendo, e exonerando, nomeações de pessoas que “representavam o aparelhamento total do Estado, em busca de votos (contra o impeachment). E não conseguiram nem um terço dos votos.

O senador reafirmou que Temer pediu para que ele continuasse e disse que preferia deixar o cargo – não por constranger o presidente interino – porque não ficaria numa situação confortável.

— Iria ficar expondo o governo a uma discussão histérica que o PT vai ficar fazendo. Não quero ser fator de desestabilização. Vou aguardar a manifestação do Ministério Público e me posicionar. Vou reavaliar.


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