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Partido de Marina expõe divisão em pronunciamentos sobre impeachment

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BRASÍLIA – A divisão dentro da Rede, partido da ex-senadora Marina Silva, ficou exposta mais uma vez nos pronunciamentos feitos em plenário em nome do partido durante a sessão de discussão do processo do impeachment neste sábado. A legenda tem quatro deputados e dois votarão a favor do afastamento de Dilma, João Derly (RS) e Miro Teixeira (RJ), e dois de forma contrária, Alessandro Molon (RJ) e Aliel Machado (PR). A concordância se resumiu apenas a avaliação de que somente uma nova eleição seria solução para a crise política.

O deputado João Derly foi o primeiro a falar. Ele defendeu o apoio ao impeachment ressaltando que a Câmara decide apenas se há motivos para admitir a denúncia e não tem condições de avançar no mérito. Derly disse ser inegável que há motivos para se processar a presidente e verificar se as fraudes fiscais tiveram a participação direta da presidente. Derly ressalvou que não considera um governo do vice Michel Temer solução para o país.

– Um possível governo Temer definitivamente não é a solução que a sociedade espera, pois ele e seu partido são corresponsáveis pela situação do país. PT e PMDB são lados da mesma moeda – disse o parlamentar gaúcho.

Molon, que lidera a bancada, destacou a condução do processo por Cunha e afirmou que somente isso já seria suficiente para um voto contrário ao afastamento.

– A lição que ficará e que um presidente da República, ainda que não seja acusado pessoalmente por corrupção, quando for chantageado por um parlamentar poderoso acusado no Conselho de Ética não deve resistir, deve aceitar, porque pode ser derrubado. A lição que ficaria é que os chantagistas poderosos vencem – afirmou Molon.

Aliel afirmou em seu pronunciamento que decidiu votar contra o impeachment por não aceitar que na linha de sucessão de Dilma exista políticos com capacidade de governar o país. Ele defendeu, assim como os demais colegas, uma nova eleição para presidente determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

– Uma nova eleição é a única forma de trazer legitimidade para este processo. O TSE, que não deve ter cor partidária, que não negocia cargos, que está lá para cumprir a Constituição, tem a obrigação moral e constitucional de fazer o julgamento – disse Aliel.

O deputado Miro Teixeira, que já declarou seu voto a favor do impeachment, não discursou.


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