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Oposição pressiona pela saída de Waldir Maranhão da interinidade da Câmara

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BRASÍLIA — O PSDB, o DEM e o PPS reagirão à solução que está sendo defendida por aliados de Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara, diante da decisão do presidente Waldir Maranhão (PP-MA) em resistir e não renunciar ao cargo: ele permaneceria como vice, mas na prática não comandaria as sessões da Casa. A tarefa de comandar as sessões e o colégio de líderes seria delegada a outro integrante da Mesa Diretora, o primeiro secretário Beto Mansur (PRB-SP). Para a oposição, é preciso resolver a questão do afastamento de Maranhão, seja por decisão do próprio, seja por decisão da maioria do plenário.

A oposição acredita que na próxima semana o próprio presidente interino Michel Temer atuará para garantir uma solução na questão da interinidade da Câmara, onde terá que aprovar matérias importantes para o sucesso de seu governo tampão. O próprio Temer reconheceu, segundo líderes da oposição, que algo tem que ser feito. Para a oposição, a solução de mantê-lo, sem permitir que ele de fato exerça o papel de interino, não é aceitável.

— Nesse momento grave do país, em que a Câmara terá que aprovar matérias importantes para a recuperação da nossa economia, temos que ter na Presidência da Casa um representante à altura. A oposição entende que o julgamento do Supremo, ao afastar Cunha, já deixou clara a vacância da Presidência e é nisso que insistiremos — afirmou o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA). — Definitivamente, essa solução que estão apresentando (de outro integrante da Mesa exercer de fato a interinidade) não resolve. É inaceitável.

ESPÉCIE DE ‘RAINHA DA INGLATERRA’

O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM) também reage à solução de tornar Maranhão uma espécie de “rainha da Inglaterra” :

— Eu sei de onde vem essa proposta, vem dele (Cunha), e nós não aceitaremos. Não podemos continuar com a interinidade e sobretudo com um interino do porte de Maranhão.

— Estamos tentando formatar uma solução para esse Casa. Vamos fazer o processo contra ele (Maranhão) e contra Cunha avançarem no Conselho de Ética. Tem problemas na política que às vezes não enxergamos em um primeiro momento a solução, mas ela aparecerá — acrescentou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

Desde ontem, diante da resistência de Waldir Maranhão em renunciar ao cargo, aliados de Cunha começaram a dizer que não é possível uma ação mais drástica, de afastamento dele pelo plenário, e que o melhor seria conviver com a situação e garantir que outro integrante da mesa Diretora assuma de fato a condução das sessões.

Maranhão continua disposto a resistir à pressão de seu partido para que renuncie. A oposição tinha dado ao partido prazo até esta quinta-feira para que ele tomasse espontaneamente a decisão de renunciar ao cargo. Diante da recusa, a oposição tentará acelerar a representação dele no Conselho de Ética e pressionará para votar, em plenário, proposta de afastamento dele do cargo. Essa proposta também defendida na última quarta-feira pelo líder do PMDB, Leonardo Picciani, no entanto, encontra resistência de outros partidos como o PSD e o PTB.


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