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Oposição cria comitê para retomar mobilização pró-impeachment

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BRASÍLIA — Com o trunfo do pedido de prisão de João Santana, marqueteiro das campanhas do PT e da presidente Dilma Rousseff, a oposição retomará o processo de mobilização da sociedade em favor do impeachment. Em reunião na manhã desta terça-feira, líderes partidários do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade decidiram criar um comitê suprapartidário pró-impeachment, que terá CNPJ e conta para arrecadar recursos que custeiem as ações que mobilizem a sociedade. A oposição também decidiu pedir audiência ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e cobrar a votação dos embargos sobre o rito do impeachment.

Segundo os líderes, o comitê terá a participação de políticos de diferentes partidos, representantes dos movimentos de rua, de entidades sindicais, de empresários. O formato ainda está sendo discutido.

— A ideia é colocar mais gente nas ruas, em movimentos pontuais. Mas também fazer bótons, bandeiras, camisetas. O comitê será organizado com CNPJ e receberá doações. Queremos que a sociedade se manifeste também na grande avenida que são hoje os blogs, as redes sociais — afirmou o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM).

O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA) reafirmou a importância de pedir que o Supremo acelere a votação do embargos, o que permitirá a instalação da comissão do impeachment na Câmara. Para ele, embora o pedido trate do crime de responsabilidade de Dilma e se baseie nas chamadas “pedaladas fiscais” e na rejeição das contas de governo de 2014 pelo Tribunal de Contas da União (TCU), as novas denúncias da Lava-Jato reforçam politicamente o processo na Câmara. Na tarde desta terça-feira, líderes e presidentes de partidos de oposição se reúnem no Senado para traçar novas estratégias de atuação.

— O país não pode ficar submetido a uma agenda que não é tão importante. O importante é decidir o impeachment. As novas denúncias e a prisão do Santana tomaram, novamente, de comoção, o país. Ele não é só o marqueteiro da Dilma, mas seu conselheiro. Reforçam politicamente o pedido de impeachment — disse o líder tucano.

— A população não deseja mais ver a presidente Dilma governando o país. O comitê terá uma executiva para deliberar sobre ações em todo país, arrecadar recursos. O impeachment não deu uma esfriada não, são os eventos do nosso calendário. Mas, essa prisão do Santana reforça o movimento — acrescentou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

Segundo os líderes, na reunião não foi discutida a permanência do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara, fato que estaria prejudicando uma mobilização maior da sociedade pró-impeachment, na avaliação de muitos oposicionistas. Segundo os líderes, a oposição já defendeu no ano passado que Cunha saia do cargo e essa é uma questão que cabe ao Conselho de Ética da Casa.

— A oposição vai ao Supremo pedir agilidade na votação dos embargos para que o Congresso volte a funcionar. Temos que enfrentar a votação do impeachment para sair dessa pauta e fazer o Brasil voltar a crescer. O conjunto das oposição dará todo o apoio ao movimento de rua marcado para o próximo dia 13 — acrescentou o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força Sindical (SP).

Além dos quatro partidos de oposição, a reunião desta terça-feira contou com a participação de deputados do PSB e dissidentes do PMDB favoráveis ao impeachment. A ideia é fazer a leitura de um manifesta ainda nesta terça em apoio aos movimentos de rua que defendem o impeachment. O deputado Heráclito Fortes(PSB-PI) disse que irá conversar com sua bancada para fazer um relato do encontro.

— No ano passado, tínhamos posição favorável ao impeachment, agora vamos ver. Num paralelo com 1989 (impeachment de Collor), hoje estamos mais acomodados, o tom é o das redes sociais — disse Heráclito Fortes.


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