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Onze ex-ministros de Dilma já obtiveram quarentena

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BRASÍLIA – Mais três ex-ministros da presidente afastada Dilma Rousseff tiveram quarentenas autorizadas pela Comissão de Ética Pública da Presidência (CEP) – já são 11. Passarão a receber por seis meses o salário integral, de R$ 30,9 mil, Nelson Barbosa (Fazenda), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Eleonora Menicucci (Política para as Mulheres). Miriam Belchior, ex-presidente da Caixa, e Giles Azevedo, ex-assessor especial da Presidência, também receberão a remuneração compensatória para evitar conflito de interesses.

Com a quarentena, Giles está proibido de trabalhar “formal ou informalmente”, tanto no serviço público quanto no privado. Ele é um dos integrantes do “gabinete paralelo” de Dilma Rousseff no Palácio do Alvorada. Nesta terça, depois de ser nomeado para um cargo com menor remuneração, Giles Azevedo pediu exoneração da subchefia de políticas governamentais da Casa Civil.

A comissão já havia autorizado quarentena para os ex-ministros Jaques Wagner (Gabinete Pessoal), Aldo Rebelo (Defesa), Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência Social), Valdir Simão (Planejamento), Aloizio Mercadante (Educação), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), José Eduardo Cardozo (AGU) e Luiz Navarro (CGU) – que foi nomeado para a própria comissão julgadora na véspera do afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Já foram enviados à CEP 151 pedidos de quarentena. 41 foram autorizados, 51 negados e ainda faltam 57. Dois ex-ministros de Dilma ainda aguardam decisão por causa de pedidos de vistas: Kátia Abreu (Agricultura) e Eugênio Aragão (Justiça).

COMISSÃO MANDA OFÍCIO A TEMER POR ‘DESCONFORTO’

A CEP enviou nesta quarta-feira ao presidente interino Michel Temer um ofício alegando “surpresa” e “desconforto” pela exoneração do secretário-executivo da comissão, Hamilton Cruz, publicada no Diário Oficial na última quinta-feira.

O documento, assinado por todos os sete conselheiros – que têm mandato e não são remunerados, ao contrário do secretário-executivo – pede que a comissão possa escolher e nomear o secretário.

No dia da demissão, o presidente da CEP acusou a Casa Civil de “ingerência nociva” e de causar um “ferimento” à autonomia da comissão, já que é a primeira vez na História do colegiado, fundado em 1999, em que um secretário é exonerado do cargo. Cruz foi exonerado do cargo de confiança pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que tem autonomia exclusiva para tal.

– A exoneração é atribuição exclusiva do ministro da Casa Civil. Eu mudei todas as pessoas em cargos de confiança, já que têm que ser da minha confiança – rebateu o ministro ao GLOBO.

Hamilton Cruz, servidor de carreira do Ministério do Trabalho, já foi chefe de gabinete de Luiz Navarro, ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) e agora conselheiro da CEP. Cruz havia sido nomeado para o cargo de confiança na comissão pela então ministra interina da Casa Civil Eva Chiavon em 9 de maio – somente três dias antes de Dilma ser afastada.


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