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OAS pagou R$ 1,3 milhão por armazenamento de itens levados por Lula do Planalto

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CURITIBA — A força tarefa da Polícia Federal em Curitiba investiga a retirada de bens do Palácio do Planalto ao fim do mandato do ex-presidente Lula, e armazenado em um depósito em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo.

De acordo com as investigações, o material foi armazenado em uma empresa especializada de São Paulo, que recebeu R$ 1,3 milhão da construtora OAS entre janeiro de 2011 e de 2016 para guardar os itens.

Há suspeita, ainda, de que itens que pertencem à União tenham sido levados para o depósito. A Polícia Federal expediu na manhã desta sexta-feira um mandado de busca extra para apreender todo o material recolhido, que está encaixotado e embalado no depósito, de acordo com as investigações.

No entanto, o juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba, Sérgio Moro, determinou que os itens não fossem apreendidos, mas catalogados e fotografados para posterior verificação de dano à União.

De acordo com agentes que estiveram no local, há caixas com quadros, objetos de arte, móveis e possíveis presentes que o ex-presidente recebeu em seu período enquanto presidente.

— A gente não tem como definir, neste momento, se são bens que pertencem a ele ou à União. Vamos verificar se há itens que pertençam à União e que não se enquadrarem na hipótese de presentes que tenha recebido, ou ao que determina a legislação específica para isso — disse um dos coordenadores da força tarefa, o delegado Igor Romário de Paula.

Se for confirmada a retirada de itens da União, o ex-presidente poderá vir a ser indiciado por peculato, de acordo com investigadores da Lava-Jato ouvidos pelo GLOBO.

O Ministério Público Federal descobriu que o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, teria sido o responsável pela negociação do armazenamento com uma empresa de containers. No entanto, no papel, quem formalizou o contrato foram representantes da OAS, que registraram em contrato a “armazenagem de materiais de escritório e mobiliário corporativo de propriedade da construtora OAS Ltda”.

Apenas em 16 de janeiro de 2016, em meio às investigações da Lava-Jato, Paulo Okamotto assinou procuração autorizando a retirada dos bens para outro depósito, localizado em São Bernardo, de acordo com a PF, que realiza busca e apreensão nesta sexta-feira, no local.


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