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MP denuncia ex-diretor da Dersa por fraude no Rodoanel, em SP

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SÃO PAULO – O Ministério Público Estadual de São Paulo denunciou o ex-presidente da Dersa, Paulo Viera de Souza, conhecido como Paulo Preto, por suposta fraude no processo de reassentamento de pessoas atingidas pela construção do trecho Sul do Rodoanel. Segundo a promotoria, Souza beneficiou pessoas que trabalhavam para ele com a entrega de apartamentos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).

O caso ocorreu entre 2009 e 2010 e causou, à época, prejuízo de R$ 374,9 mil. De acordo com o promotor Cássio Conserino, Paulo Preto ordenou que seis pessoas fossem incluídas indevidamente no programa de reassentamento do Rodoanel Sul. Entre elas estão ex-empregadas domésticas da ex-esposa e da filha, além de babás dos netos e uma secretária do genro. Nenhuma delas morava no local por onde passaram as obras do Rodoanel.

As acusações foram feitas na delação premiada Mércia Ferreira Gomes, funcionária de uma empresa contratada pela Dersa para gerenciar o programa de reassentamento e que ainda não foi homologada pela Justiça. Ela disse que agia por determinação de José Geraldo Casas Vilela, subordinado a Souza na Dersa.

Na época, os apartamentos valiam R$ 62,2 mil e os beneficiários também recebiam R$ 300 para ajudar nas custas com a mudança.

Souza, Mércia e Casas Vilela foram denunciados por falsidade ideológica, formação de quadrilha e peculato. A denúncia da promotoria também inclui Tatiana Arana de Souza Cremonini, uma das filhas de Paulo Souza. Ela teria orientado uma babá a visitar um apartamento da CDHU em Mauá, cidade da Grande São Paulo, que seria doada a ela.

Em nota, a Dersa informou que desde dezembro de 2014 colaborou ativamente com as investigações, que culminaram com a denúncia e que mesmo antes da apuração ingressar na esfera criminal a companhia já havia tomado a iniciativa de apurar o caso. “Por conta dessa colaboração, que incluiu uma rigorosa auditoria interna, foi possível indicar com precisão beneficiados pela fraude e responsáveis pela aprovação dos pagamentos indevidos”.

A empresa também informou que demitiu funcionários, “por iniciativa própria” e agora, com a denúncia, “aplicará sanções administrativas aos demais envolvidos, que eventualmente continuem vinculados à empresa”. A Dersa encerra o comunicado afirmando que desde 2011 alterou o procedimento de cadastro de beneficiados e pagamentos de indenizações para evitar fraudes no programa de reassentamento.

O GLOBO entrou em contato com a defesa de Souza e da filha e aguarda possível posicionamento. José Geraldo Casas Vilela e Mércia Ferreira Gomes não foram localizados pela reportagem.


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