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Movimentos sociais realizam primeiro ato contra Michel Temer

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SÃO PAULO – Poucas horas após o Senado aprovar o afastamento de Dilma Rousseff do governo por 180 dias, movimentos sociais abriram a agenda de protestos contra o presidente em exercício Michel Temer, em São Paulo. Manifestantes começaram a ocupar no fim da tarde desta quinta-feira a Avenida Paulista. Eles se concentram no vão do Masp com bandeiras de movimentos como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e MTST. A Avenida Paulista está fechada nos dois sentidos, entre a Pamplona e a Peixoto Gomide.

O grupo, acompanhado por um grande caminhão de som, pretende sair em marcha em direção ao prédio da Fiesp, onde acampam protestantes a favor do impeachment de Dilma. A polícia programou um cordão de isolamento para que os dois lados não se aproximem.

– Não haverá trégua. A disposição dos movimentos é de resistência. Estamos diante de um governo ilegítimo, que não foi eleito – afirma Guilherme Boulos, líder do MTST. Ele que fez duras críticas ao nomes escolhidos para os ministérios de Temer:

– Falaram em ministério de notáveis e estamos vendo notáveis de corruptos.

A vice-presidente da CUT Nacional Camen Foro fala em “sentimento de muita tristeza”, mas garante que o cenário só fortaleceu os movimentos favoráveis a Dilma. Para ela, os anúncios de Temer até aqui são prenúncio de prejuízo para áreas como a Previdência, que seria transferida para o Ministério da Fazenda.

– Vamos ocupar as ruas a qualquer anúncio de Temer que vá provocar prejuízos para a classe trabalhadora. Estaremos atentos aos movimentos dele, e fazer nossa luta.

GRUPO PRÓ-IMPEACHMENT SEGUE ACAMPADO

Apesar do afastamento da presidente Dilma, populares que ocupam trecho da calçada da Avenida Paulista afirmam que permanecerão no local, “pelo menos até a prisão do ex-presidente Lula”. Eles diminuíram consideravelmente o número de barracas de acampar – de cerca de 80 para 6 – e contam que começaram um esquema de revezamento, “para que todos consigam descansar”.

– A decisão foi tomada hoje de manhã, por votação. Vamos higienizar as barracas e fazer um rodízio com um número maior de pessoas. Continuaremos em cima dos governantes envolvidos em corrupção. Na próxima segunda-feira vamos fazer outra reunião e decidir como vamos prosseguir, mas devemos sair quando o Lula estiver na cadeia – explicou um dos ocupantes, o empresário Cristóvão Flores, de 31 anos.


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