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Moro mantém marqueteiro de Lula e Dilma preso por tempo indeterminado

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SÃO PAULO — O juiz Sérgio Moro decretou nesta quinta-feira a prisão preventiva do marqueteiro João Santana e de sua mulher e sócia, Mônica Moura. De acordo com o juiz, há provas de que o casal se relacionou ilicitamente com a construtora Odebrecht desde 2008.

“Assim, há provas, em cognição sumária, do envolvimento de ambos em atividade ilícita que remonta pelo menos a 2008 e se estende até 2015 pelo menos”, afirmou o juiz no despacho que manteve o casal preso em Curitiba.

De acordo com Moro, os “álibis” apresentados por eles para justificar o recebimento de pelo menos US$ 7,5 milhões não declarados no exterior da construtora são “inconsistente com a prova documental já colhida”. Para o juiz, a prisão preventiva do casal é necessária:

“O fato é que, se a corrupção é sistêmica e profunda, impõe-se a prisão preventiva para debelá-la, sob pena de agravamento progressivo do quadro criminoso”, afirmou o juiz.

O casal está preso desde o dia 23 de fevereiro, quando se entregou à Polícia Federal assim que aterrizou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em Guarulhos (SP), vindo da República Dominicana. Os publicitários foram os alvos principais da 23ª fase da Operação Lava-Jato – batizada de “Acarajé” – que investiga o suposto repasse de dinheiro desviado da Petrobras para o marqueteiro petista.

Em depoimento à PF, Mônica Moura admitiu ter recebido os US$ 7,5 milhões depositados pela Odebrecht e pelo operador de propina da Petrobras Zwi Skornicki na offshore Shellbill. No entanto, ela negou que o valor, que fazia parte da documentação inicial que pediu a prisão temporária do casal, tenha relação com a estatal ou campanhas realizadas pela dupla no Brasil.

Após a prisão, a PF revelou novos documentos apreendidos pela Lava-Jato. Os investigadores sustentam que o casal mentiu em depoimento, ao afirmarem não terem recebido dinheiro não declarado no Brasil. Os papéis mostram que a Odebrecht teria feito pagamentos periódicos ao publicitário referentes, inclusive, a campanhas eleitorais brasileiras em 2014 e, até, em 2015.

Na semana passada, o juiz Sérgio Moro ressaltou que a apreensão da planilha mostra pagamentos “vultosos em reais” para o casal entre outubro e novembro de 2014, durante a campanha de reeleição da presidente Dilma Roussef, no total de R$ 4 milhões, e lembra que consta referências de que os pagamentos seriam pertinentes a uma “negociação” que alcança R$ 24,2 milhões.


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